A Polícia Federal prendeu esta semana o ex-presidente do PSDB de Minas Gerais Nárcio Rodrigues da Silveira, sob suspeita de participar de um esquema de desvio de recursos públicos.
Pode ter certeza, não foi a Operação Lava Jato, do juiz Sérgio Moro. A Operação Lava jato tem dificuldade de investigar e prender integrantes do PSDB, apesar das inúmeras citações em delações de investigados. A Operação Lava Jato também é conhecida ter a certeza de que o ex-presidente Lula cometeu algum crime. Notícia de hoje mostra que uma delação que inocenta Lula está foi travada. Procuradores da Lava Jato não acreditam na delação.
A prisão do ex-presidente do PSDB de Minas decorre de outra investigação. A Operação Aequalis (termo em latim que significa igual), deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG). Secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior mineiro durante o governo Antonio Anastasia, Silveira é pai do deputado federal Caio Nárcio Nárcio (PSDB-MG).
Na votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no plenário da Câmara, o deputado Caio Nárcio fez uma homenagem ao pai, preso hoje. Com a bandeira do Brasil nas mãos, ao votar favoravelmente pelo afastamento da petista, o deputado mineiro defendeu um país mais decente e mais honesto.
“Por um Brasil onde meu pai e meu avô diziam que decência e honestidade não eram possibilidade, era obrigação. Por um Brasil onde os brasileiros tenham decência e honestidade. Por Minas, pelo Brasil, para os jovens que estão lá fora nas ruas, verás que o filho teu não foge à luta, sim”, votou Caio Nárcio.
Além do tucano, foram presos temporariamente Neif Chala, ex-servidor da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas; Alexandre Pereira Horta, engenheiro do Departamento de Obras Públicas do estado; Luciano Lourenço dos Reis, funcionário da CWP Engenharia Ltda; Maurílio Reis Bretãs, sócio administrador da CWP Engenharia Ltda; e o português Hugo Alexandre Timóteo Murcho, diretor no Brasil da multinacional portuguesa Yser e da empresa Biotev Biotecnologia Vegetal ltda.
De acordo com o Ministério Público mineiro, o grupo é suspeito de desviar, entre os anos de 2012 e 2014, mais de R$ 14 milhões em recursos públicos que deveriam ser destinados à construção e a projetos da Cidade das Águas, desenvolvida no município mineiro de Frutal pela Fundação Hidroex, vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas.
Os envolvidos responderão pela prática dos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, fraude a licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os presos foram levados para a Penitenciária Nelson Hungria, na região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o MP-MG, dois investigados foram presos em flagrante por posse de arma de fogo e munições. Ainda estão foragidos outros investigados, entre eles o presidente do grupo econômico multinacional português Yser, Bernardo Ernesto Simões Moniz da Maia.
Foram cumpridos ainda 27 mandados de busca e apreensão, sendo os alvos localizados nos municípios mineiros de Belo Horizonte, Frutal, Uberaba, Conselheiro Lafaiete e São João Del Rei e também em São Paulo. O material apreendido foi acondicionado em 84 sacos lacrados, contendo documentos, computadores, aparelhos celulares e mídias digitais.
Em nota, o Ministério Público de Minas Gerais informou que o objetivo da operação foi colher elementos de prova sobre a prática dos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, fraude a licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa. “As investigações foram intensificadas no segundo semestre de 2015, a partir da conjugação de esforços com a Controladoria-Geral do estado, que encaminhou ao Ministério Público relatórios conclusivos apontando o desvio de recursos públicos. Até o momento, não há indícios do envolvimento de autoridades com foro por prerrogativa de função”, diz trecho do documento.
As investigações foram conduzidas pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Frutal e pelo Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público.
Por meio de nota, a assessoria do PSDB mineiro disse não ter detalhes sobre a operação. Segundo o texto, o partido “defende que, havendo indícios de irregularidades, elas sejam investigadas pelos órgãos competentes e, em havendo comprovação de crime, eles sejam punidos”.
Sobre o Instituto Hidroex, alvo das investigações, a legenda informou o projeto foi aprovado em 2007 pela Unesco e que as obras foram iniciadas em 2011. “Em 2014, as obras foram paralisadas e retomadas em 2016”, diz trecho da nota. A reportagem não localizou o deputado Caio Nárcio. (Carta Campinas com informações da Agência Brasil)
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