O governo Bolsonaro, famoso pelo “nenhum centímetro de terras indígenas” e “vamos passar a boiada na legislação ambiental” está colhendo os resultados da destruição ambiental defendida pelo próprio governo. Uma pesquisa, realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) levantou os prejuízos amplificados pelas chuvas entre 2017 e 2022.

Os dados mostram que no segundo ano do governo Bolsonaro, com apenas um ano de governo, a destruição ambiental amplificada pela chuva quase triplicou, passando de R$ 7,5 bilhões para quase R$ 19 bilhões. Este verão, terceiro com Bolsonaro, o número já atingiu R$ 17,2 bilhões em prejuízos e estamos ainda em janeiro (o período sazonal das chuvas se inicia a partir do primeiro dia de outubro e termina no final de março do ano seguinte).

O levantamento realizado pela entidade municipalista contabilizou dados de 5.622 decretações de Situação de Emergência em todo Brasil.

O desmatamento provocado pelo avanço do agronegócio descontrolado apoiado pelo governo, a redução de áreas de proteção, destruição dos órgãos de fiscalização e a desigualdade social com crescimento desordenado de cidades, principais fatores do prejuízo com as chuvas, geraram R$ 55 bilhões em danos entre 2017 e 2022. Desse total, R$ 43 bilhões foram no governo Bolsonaro.

As chuvas dos últimos seis anos afetaram mais de 28,8 milhões de pessoas. No período foram contabilizados que 637 pessoas perderam suas vidas por causa dos desastres amplificados pelas chuvas. A CNM ressalta que no período de 2018/19 ocorreu o desastre de uma barragem no Município de Brumadinho (MG), o que ocasionou a morte de 264 pessoas, sendo que, até hoje, ainda há seis desaparecidas.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, destaca que, além das mortes, os impactos são imensuráveis quando se leva em consideração os recursos necessários para a reconstrução do Município. “As prefeituras sentem mesmo os prejuízos após o período das chuvas, quando precisam reconstruir o que perderam. Esses danos não tem como se mensurar. Há Municípios que, passada uma década, ainda não conseguiram se reestruturar”, alerta.

As chuvas neste início de ano já contabilizam, de acordo com dados divulgados pelos Estados de Minas Gerais e Bahia, um prejuízo de R$ 10,3 bilhões aos Municípios mineiros e de R$ 2,1 bilhões aos Municípios baianos, os dois Estados mais afetados até o momento. (Carta Campinas com informações da CNM)