Quebra de decoro: Câmara de Campinas vota cassação ou não do vereador Vini Oliveira

(foto Câmara de Campinas)

A Câmara de Campinas vota nesta terça-feira, 1º de julho, às 10h, a cassação do mandato ou arquivamento do processo que investigou a conduta do vereador Vini Oliveira (Cidadania) durante visita ao Hospital Mário Gatti em janeiro deste ano. O julgamento será feito em sessão plenária e decidirá o destino político do parlamentar, acusado de quebra de decoro.

A decisão será tomada com base no relatório da Comissão Processante (CP), instaurada para apurar se houve infração político-administrativa. Na última sexta-feira (27), a comissão, formada por três parlamentares, concluiu seus trabalhos.

Foram dois votos a favor do arquivamento, dos vereadores Nelson Hossri (PSD), relator do processo, e Nick Schneider (PL). Ambos são da base aliada do prefeito Dário Saadi (Republicanos), assim como o próprio Vini Oliveira.

A presidente da CP, vereadora Mariana Conti (PSOL), defendeu a cassação do mandato em voto, com mais de 30 páginas, fundamentado em três principais pontos. “O vereador deliberadamente mentiu no vídeo que publicou, com conteúdo sensacionalista e falso, atingindo a imagem da médica plantonista”, afirma Mariana. A médica Daiane Copercini relatou que sofreu hostilidades após ser exposta na gravação feita por Vini dentro da unidade de saúde.

Segundo Mariana, o segundo principal motivo é que o episódio não foi um caso isolado, mas faz parte de uma postura recorrente do parlamentar. A vereadora ainda critica a maneira como o vídeo foi usado para, segundo ela, alimentar hostilidade contra servidores públicos, especialmente em um sistema de saúde já fragilizado: “Ao invés de contribuir com soluções reais para o caos da saúde pública, ele incitou a população contra profissionais precarizados, adoecidos e sobrecarregados por decisões da gestão Dário Saadi”.

A parlamentar lembrou ainda que o vereador recuou no pedido de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em fevereiro deste ano para investigar irregularidades no Hospital Mário Gatti. “Ele tem como prática atacar trabalhadores da linha de frente, enquanto recua diante dos poderosos da máquina pública”, criticou a presidente da CP.

A denúncia contra Vini teve origem em uma ação do vereador no dia 1º de janeiro, quando ele entrou no Hospital Mário Gatti e filmou a unidade de saúde, alegando “fiscalização” após supostas queixas sobre demora no atendimento. O vídeo, divulgado nas redes sociais, expôs pacientes e profissionais de saúde, e a médica plantonista Daiane Copercini afirmou ter sido injustamente acusada e ameaçada após a publicação.

O relatório final da CP, assinado por Nelson Hossri, argumenta que, apesar de possível reprovação ética, o episódio não atingiria a gravidade necessária para justificar a cassação do mandato. Para Mariana Conti, houve quebra de decoro. “Mantenho meu voto pela cassação e reafirmo a necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os contratos de Dário. Ninguém aguenta mais o caos na saúde”, reforça a vereadora.


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