A representação relata os fatos que aconteceram com Rafael Teodoro do Nascimento, morador de Paulínia. No dia 22/01, Rafael estava com sua esposa e seus dois filhos pequenos quando foi abordado guardas armados, que pediram que ele se dirigisse à viatura GM ali estacionada.
Os agentes de segurança alegaram que havia uma denúncia contra Rafael. Possuíam a foto de um homem negro, mas viram que o seu nome não era o do criminoso procurado. Mesmo assim, perguntaram onde residia e onde trabalhava. E quiseram levá-lo para a delegacia.
Rafael se negou acompanhá-los, dizendo a eles que não cometeu crime algum e que estavam falando com a pessoa errada. Mas a história não acabou por aí.
No dia seguinte, 23/01, Rafafel foi a UBS São José, localizada à Rua Pedro Antônio Bordignon nº 150, no Bairro Jardim São José, levar o filho para tomar vacina. Após acomodar a criança, ao se dirigir para entrar em seu carro, chegaram novamente os guardas dizendo que a família da vítima o havia reconhecido como o criminoso que violentou e assassinou uma jovem dez anos atrás.
Com isso, conduziram Rafael à Delegacia de Polícia, localizada à Avenida José Paulino nº 1406, onde teve que prestar depoimento junto de seu filho de 1 ano e 8 meses.
Indignado com a situação, primeiramente por estar passando por constrangimento diante de seu filho. Rafael viu que naquele momento todos os seus direitos serem cerceados e violados, mesmo afirmando ser inocente.
De acordo com o vereador e o Grupo Força da Raça, a situação em que Rafael foi colocado no momento da abordagem gerou uma violência emocional ao seu filho, que não teve o amparo do Conselho Tutelar, que tem a competência e o dever de zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes.
Para o vereador Carlão do PT, “neste caso fica evidente o Racismo, porque o biotipo do homem negro que cometeu o crime de violência sexual seguido de assassinato foi o que priorizou a condução de Rafael até a delegacia. Bastou ser negro e ter alguma característica semelhante. Isto fortalece o preconceito, a violência moral, a violação de direitos humanos e a falta de respeito à população negra, da periferia e de baixa renda, que tanto contribuiu e contribui para o desenvolvimento do nosso País”
Na Delegacia de Polícia onde prestou depoimento, não permitiram que Rafael registrasse Boletim de Ocorrência denunciando o fato ocorrido com ele nos dias 22 e 23 de Janeiro.
Na Representação ao Ministério Público, Carlão e o Grupo Força da Raça pedem que a Delegacia de Polícia de Paulínia seja oficiada para que instaure o Inquérito Policial para apuração dos fatos, inclusive o caso de racismo, preconceito, discriminação, abuso de poder e violência moral, calúnia e difamação.
O autores pedem ainda que o município de Paulínia oficialmente e publicamente reconheça e se desculpe pela violação dos Direitos Humanos praticado contra Rafael Teodoro do Nascimento. (Carta Campinas com informações de divulgação)