Uma história de racismo, que aconteceu em Paulínia, região metropolitana de Campinas, levou o vereador Carlão do PT, de Campinas, e o Grupo Força da Raça a protocolarem junto ao Promotor de Justiça da Área Criminal do Ministério Público do Estado de São Paulo, Alexandre Montgomery Wild uma representação para apuração da prática de crime de racismo, preconceito e abuso de poder cometido pela Guarda Municipal de Paulínia.

A representação relata os fatos que aconteceram com Rafael Teodoro do Nascimento, morador de Paulínia. No dia 22/01, Rafael estava com sua esposa e seus dois filhos pequenos quando foi abordado guardas armados, que pediram que ele se dirigisse à viatura GM ali estacionada.

Os agentes de segurança alegaram que havia uma denúncia contra Rafael. Possuíam a foto de um homem negro, mas viram que o seu nome não era o do criminoso procurado. Mesmo assim, perguntaram onde residia e onde trabalhava. E quiseram levá-lo para a delegacia.

Rafael se negou acompanhá-los, dizendo a eles que não cometeu crime algum e que estavam falando com a pessoa errada. Mas a história não acabou por aí.

No dia seguinte, 23/01, Rafafel foi a UBS São José, localizada à Rua Pedro Antônio Bordignon nº 150, no Bairro Jardim São José, levar o filho para tomar vacina. Após acomodar a criança, ao se dirigir para entrar em seu carro, chegaram novamente os guardas dizendo que a família da vítima o havia reconhecido como o criminoso que violentou e assassinou uma jovem dez anos atrás.

Com isso, conduziram Rafael à Delegacia de Polícia, localizada à Avenida José Paulino nº 1406, onde teve que prestar depoimento junto de seu filho de 1 ano e 8 meses.

Indignado com a situação, primeiramente por estar passando por constrangimento diante de seu filho. Rafael viu que naquele momento todos os seus direitos serem cerceados e violados, mesmo afirmando ser inocente.

De acordo com o vereador e o Grupo Força da Raça, a situação em que Rafael foi colocado no momento da abordagem gerou uma violência emocional ao seu filho, que não teve o amparo do Conselho Tutelar, que tem a competência e o dever de zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes.

Vereador Carlão

Para o vereador Carlão do PT, “neste caso fica evidente o Racismo, porque o biotipo do homem negro que cometeu o crime de violência sexual seguido de assassinato foi o que priorizou a condução de Rafael até a delegacia. Bastou ser negro e ter alguma característica semelhante. Isto fortalece o preconceito, a violência moral, a violação de direitos humanos e a falta de respeito à população negra, da periferia e de baixa renda, que tanto contribuiu e contribui para o desenvolvimento do nosso País”

Na Delegacia de Polícia onde prestou depoimento, não permitiram que Rafael registrasse Boletim de Ocorrência denunciando o fato ocorrido com ele nos dias 22 e 23 de Janeiro.

Na Representação ao Ministério Público, Carlão e o Grupo Força da Raça pedem que a Delegacia de Polícia de Paulínia seja oficiada para que instaure o Inquérito Policial para apuração dos fatos, inclusive o caso de racismo, preconceito, discriminação, abuso de poder e violência moral, calúnia e difamação.

O autores pedem ainda que o município de Paulínia oficialmente e publicamente reconheça e se desculpe pela violação dos Direitos Humanos praticado contra Rafael Teodoro do Nascimento. (Carta Campinas com informações de divulgação)

OutrosLados