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Desculpa!

Por Luís Fernando Praga

Vim aprendiz da vida, errando tanto…
Errei demais, bem sei, ainda erro.
Vi que vim ser humano, não ser santo
Errei em preces, do sussurro ao berro.

Errei por me guiar à luz dos egos,
Errei fazendo meus ouvidos surdos,
Errei quando enxerguei com olhos cegos,
Errei vivendo medos absurdos.

Eu erro, a cada dia, enquanto vivo,
Eu erro o erro oculto na certeza,
Erro na omissão e no erro ativo,
E ao subestimar a natureza.

Erro sofrendo e erro por prazer.
Erro, por Deus, semana após semana,
Ao não notar quão livre eu posso ser
E quando perco a fé na espécie humana.

O erro já me fez pós graduando,
Eu erro, às vezes, de perder o ar,
Erro no desamor, não sei errar amando
E erro muito sem querer errar.

O erro é doce, lindo e indigesto
E traz, ao fundo, um amargor de fel.
Me reconstruo, novo, do que resto
E sei que posso errar sem ser​ cruel.

Há quem condene erros e pessoas,
Numa postura, ilibada e reta,
Eles têm vida eterna e almas boas,
E eu? Uma efêmera alma de poeta…

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