Por Susiana Drapeau

Parece que as mulheres não perceberam, mas está em curso no Brasil um ataque sem precedentes a seus direitos, às suas conquistas, e à sua dignidade.

Não é por acaso que duas mulheres, vereadoras, sofreram ataques de ódio e violência dentro da Câmara da capital paulista em apenas um mês. Vejam esses casos: 1. gabinete de vereadora é invadido por assessores de outro vereador. 2. vereadora sofre ataque machista e de ódio de outro vereador.

Esses casos são a ponta visível e mais bruta do que acontece em um plano político nacional.

Parece haver uma união bem articulada entre golpistas machistas e fundamentalistas misóginos.

Eles ganharam força no processo do impeachment. Associados a políticos essencialmente corruptos, destituíram uma mulher  eleita como presidente da República

Durante meses do segundo governo de Dilma Rousseff, ela sofreu agressões misóginas na rede sociais e de setores da imprensa.

Foi uma dupla vitória: golpearam a democracia (substantivo feminino) e destituíram uma mulher.

Passado o impeachment, vem chumbo grosso para cima das mulheres.

Fundamentalistas querem criar o partido da “família tradicional” .

Há inúmeros projetos para manter e retroceder nas conquistas das mulheres. Querem legislar sobre o corpo da mulher.

O congelamento de investimentos em educação atingiu diretamente as mulheres, que são maioria no setor.

A chamada Reforma da Previdência é brutalmente violenta com as mulheres que são professoras da educação básica. Segundo entidades do setor, 80% do magistério na educação básica é composto por mulheres.

No filme O Invasor Americano, o diretor e documentarista Michel Moore relata a revolta das mulheres na Tunísia, país muçulmano. Lá, elas conquistaram o respeito de partidos conservadores. Veja no vídeo abaixo esse relato a partir do 1:25 (após uma hora e 25 minutos).

Podem falar o que for, mas só as mulheres conseguirão barrar o processo de opressão e domesticação em curso no Brasil. Ninguém mais.