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Reforma do Ensino Médio do governo Temer visa aumentar os analfabetos políticos

A Associação Nacional de História (Anpuh) divulgou nesta quarta-feira, 15, uma carta aberta reivindicando a obrigatoriedade do ensino da história para os alunos do ensino médio no Brasil.

Na carta, a associação lembra que a disciplina de história foi fundamental para a formação da cidadania nas sociedades modernas e está no currículo brasileiro desde o século 19. Isso nos faz lembrar os últimos acontecimentos do Brasil.

Um das críticas às pessoas que se engajaram nos movimentos que apoiaram o golpe parlamentar, travestido de impeachment, com a camiseta da CBF, era justamente a falta de conhecimento histórico e o analfabetismo político que gera esse desconhecimento. Os analfabetos marcharam ao lado de corruptos contra corrupção e possibilitaram a criação do governo mais envolvido em corrupção da história.

A associação dos professores de história lembra que o ensino de história, coincidentemente, também foi ameaçado pelo Golpe Militar de 64, quando foi diluído dentro do chamado “estudos sociais”. Veja abaixo a carta na íntegra:

CARTA ABERTA PELA OBRIGATORIEDADE DA HISTÓRIA NO ENSINO MÉDIO

A História, como disciplina escolar, integra o currículo do ensino brasileiro desde o século XIX. Sua presença, considerada fundamental para a formação da cidadania, foi gravemente ameaçada no período da Ditadura Militar, quando se deu a diluição da História na instituição dos Estudos Sociais.

A Medida Provisória nº 746/16, aprovada pelo Congresso Nacional, que instaura a Reforma do Ensino Médio, comete grave equívoco ao omitir do texto legal qualquer referência à disciplina, e, principalmente, ao excluí-la da relação de componentes curriculares obrigatórios, instalando fortes incertezas sobre a presença da História nesse nível de ensino.

Não menos preocupante é o rebaixamento das exigências para o exercício da profissão docente, ao permitir a admissão de “profissionais com notório saber”. Além disso, na prática, a Reforma do Ensino Médio está sendo subordinada a um documento (BNCC) que ainda não está concluído, cujo conteúdo final é desconhecido, e que está indicado como referência para a formação de professores.

Diante do exposto, a Associação Nacional de História – ANPUH-Brasil, contesta a aprovação da Reforma do Ensino Médio sem consultar a sociedade, em particular, os professores. E reivindica, com muita ênfase, a clara definição da História como componente curricular obrigatório no Ensino Médio.

Atenciosamente,

Diretoria da ANPUH Brasil

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