Na carta, a associação lembra que a disciplina de história foi fundamental para a formação da cidadania nas sociedades modernas e está no currículo brasileiro desde o século 19. Isso nos faz lembrar os últimos acontecimentos do Brasil.
Um das críticas às pessoas que se engajaram nos movimentos que apoiaram o golpe parlamentar, travestido de impeachment, com a camiseta da CBF, era justamente a falta de conhecimento histórico e o analfabetismo político que gera esse desconhecimento. Os analfabetos marcharam ao lado de corruptos contra corrupção e possibilitaram a criação do governo mais envolvido em corrupção da história.
A associação dos professores de história lembra que o ensino de história, coincidentemente, também foi ameaçado pelo Golpe Militar de 64, quando foi diluído dentro do chamado “estudos sociais”. Veja abaixo a carta na íntegra:
CARTA ABERTA PELA OBRIGATORIEDADE DA HISTÓRIA NO ENSINO MÉDIO
A Medida Provisória nº 746/16, aprovada pelo Congresso Nacional, que instaura a Reforma do Ensino Médio, comete grave equívoco ao omitir do texto legal qualquer referência à disciplina, e, principalmente, ao excluí-la da relação de componentes curriculares obrigatórios, instalando fortes incertezas sobre a presença da História nesse nível de ensino.
Não menos preocupante é o rebaixamento das exigências para o exercício da profissão docente, ao permitir a admissão de “profissionais com notório saber”. Além disso, na prática, a Reforma do Ensino Médio está sendo subordinada a um documento (BNCC) que ainda não está concluído, cujo conteúdo final é desconhecido, e que está indicado como referência para a formação de professores.
Diante do exposto, a Associação Nacional de História – ANPUH-Brasil, contesta a aprovação da Reforma do Ensino Médio sem consultar a sociedade, em particular, os professores. E reivindica, com muita ênfase, a clara definição da História como componente curricular obrigatório no Ensino Médio.
Atenciosamente,