O Cinema, que possui quatro salas, é um dos poucos espaços que ainda exibem filmes que não se restringem ao chamado circuito comercial, privilegiando filmes de arte, produções autorais, com estética específica e reflexiva.
Há um tempo atrás outro cinema que tinha o mesmo perfil do Cine Topázio, o Cine Paradiso, foi fechado, deixando os seus frequentadores e amantes do cinema de arte órfãos de um espaço interessante sob vários aspectos, desde o ambiente, o lugar, até chegar à qualidade dos filmes.
Antes de ser instalado no Shopping Prado, o Cine Topázio funcionava com o mesmo nome no Shopping Jaraguá, que também fechou. Ele foi reaberto no Shopping Prado com a mesma proposta e continuou sendo um espaço onde ainda se podia ver bons filmes em Campinas.
No entanto, segundo informações que constam no próprio abaixo assinado que está sendo organizado nas redes sociais, há um tempo os frequentadores do Shopping Prado ouvem falar sobre um novo grupo que o administra (a empresa israelense Gazit Globe) e que tem a intenção de modernizar o shopping, deixando-o mais atrativo, o nome inclusive já foi mudado para Boulevard Prado.
Trocaram-se as mesas, os pisos da praça de alimentação, e a reforma da parte da frente está sendo concluída para receber bares e lanchonetes. Com essa nova reestruturação, o Cine Topázio, mais uma vez, deve fechar, funcionando apenas até dezembro. Em seu lugar, seria aberta uma franquia de alimentação. Essas informações não estão confirmadas, mas há indícios que apontam para o provável fechamento.
Diante disso, é preciso pressão da sociedade civil e dos setores ligados à cultura na cidade para que mais esse espaço não seja fechado. As mobilizações nas redes sociais estão acontecendo. Há um evento no facebook , marcado para dia 7 de dezembro, em que os frequentadores protestarão contra o fechamento do cinema e que já mobilizou mais de 3 mil pessoas.
A experiência de ir ao cinema e assistir a um bom filme na tela grande, sob a confortável quase escuridão das salas, é algo essencial, que faz falta. Não podemos deixar que ela nos seja tirada e que se some mais uma em meio a tantas outras ausências na cultura de Campinas. (Maura Voltarelli)