10653784_797842836945141_720511019954958880_nO fim de semana terá várias exibições gratuitas no Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, que fazem parte dos ciclos de cinema que acontecem no museu.

Na sexta-feira, 12 de setembro, às 19h30, será exibido o filme “O Voto é secreto”, de Babak Payami, como parte do ciclo “Diversidade Cultural – outras linguagens, outros olhares”, que tem curadoria de Adriano de Jesus. A produção iraniana de 2001 traz a história de uma urna de eleições que cai do céu presa em um paraquedas. Este surreal acontecimento vai transformar a vida de um soldado que cumpre suas funções em uma praia deserta. Para seu espanto, logo depois chega a responsável pela urna, uma funcionária da justiça eleitoral encarregada de recolher os votos daquela comunidade. Este dia realmente não será como os outros. Acompanhada de um dos soldados, que deve conduzi-la em seu jipe, os dois descobrirão que retirar os votos dos habitantes não será nada fácil e que uma eleição pode ser mais delicada do que se poderia imaginar.

Na sexta-feira, também às 19h30, será exibido o curta-metragem “Aluga-se o ponto”, de Caue Nunes, que teve sua estreia no último dia 6 no museu.

Já no sábado, 13, o público poderá assistir a duas sessões. A primeira acontece às 16h com a exibição do filme “O Anjo Exterminador”, de Luís Buñuel como parte do ciclo “Aula de Cinema”, que tem curadoria do crítico e jornalista Ricardo Pereira.

O curta-metragem surrealista de Luís Buñuel “Um Cão Andaluz” (1928), feito em parceria com Salvador Dalí, anunciou o surgimento de um dos mais cultuados cineastas da história do cinema. O humor sombrio do diretor e sua sensibilidade anárquica são tipicamente espanhóis, embora ele tenha vivido muito pouco tempo na Espanha. Mudou-se para Paris em 1925 e se estabeleceu no México em 1946, depois de ter trabalhado em Hollywood como dublador. Fetichismo, prostituição, repressão religiosa e hipocrisia são assuntos típicos de Buñuel, abordado sempre com um estilo direto e objetivo. Foi, na verdade, um grande subversivo, cujo gênio expôs as ironias da fraqueza humana. Recebeu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por “O Discreto Charme da Burguesia” (1972). Entre suas principais obras estão: “Os Esquecidos” (1950), “Ensaio de um crime” (1955), “A Adolescente” (1960), “Viridiana” (1961), “O Anjo Exterminador” (1962), “A Bela da Tarde” (1967) e “Tristana, uma paixão mórbida” (1970).

Em “O Anjo Exterminador”, após uma extravagante e farta refeição, os convidados se sentem estranhamente incapazes de deixar a sala de jantar e, nos dias que se seguem, pouco a pouco, caem as máscaras de civilização e virtude e o grupo passa a viver como animais. Existem poucos filmes no mundo como “O Anjo Exterminador”: ele prova como um argumento tão simples pode ser tão absurdo quanto genial e complexo, suscitando as mais variadas interpretações. A história, que é apenas a “prisão” de burgueses que não conseguem ultrapassar a porta escancarada de um salão, pode dar mais pano para a manga do que a saga de uma dinastia imperial. (México, 1962. Preto e Branco, 95 min).

No sábado, às 19h30, será exibido o filme “No”, de Pablo Larraín, também dentro do ciclo “Diversidade Cultural – outras linguagens, outros olhares”.  O filme que se passa no Chile de 1988, retrata o contexto em que, pressionado pela comunidade internacional, o ditador Augusto Pinochet convoca um plebiscito popular para definir a sua continuidade ou não no poder. Acreditando que esta seja uma oportunidade única de pôr fim à ditadura, os líderes da oposição do governo resolvem contratar o jovem publicitário tarimbado, René Saavedra, para coordenar a campanha eleitoral contra o referendo de Pinochet. Com pouquíssimos recursos e permanente vigilância dos agentes diretos do governo, Saavedra e sua equipe conseguem criar um audacioso plano para vencer e convencer por meio de uma eleição, ajudar o seu país a se ver livre da dura opressão governamental. Adeus, Sr. Pinochet!

Todas as exibições são gratuitas e seguidas de debate. O Museu da Imagem e do Som de Campinas fica no Palácio dos Azulejos, rua Regente Feijó, 859 – Centro. (Carta Campinas com informações de divulgação)