(foto wilson dias - ag brasil)
A facilitação no acesso a armas, promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o apoio incondicional da bancada da bala, armou o crime organizado contra a própria polícia e, mais que isso, renovou o armamento do crime. Os decretos de liberação de armamento impulsionou a modernização do arsenal dos criminosos, aponta estudo realizado pelo Instituto Sou da Paz, de acordo com reportagem de André Fleury Moraes, da FolhaPress.
Intitulado “Arsenal do Crime: Análise do perfil das armas de fogo apreendidas no Sudeste”, o estudo investigou 255,9 mil apreensões realizadas pelas polícias estaduais e pela Polícia Federal de 2018 a 2023. Os dados foram obtidos por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação).
A quantidade de armas apreendidas vinha sofrendo queda contínua desde a aprovação do Estatuto do Desarmamento de 2003, diz o estudo. Houve reversão em 2023, quando a região Sudeste registrou 37.994 ocorrências ante 36.370 do ano anterior.
A mudança mais expressiva, segundo o estudo, envolve pistolas 9 mm, cuja compra foi facilitada em norma editada por Bolsonaro em maio de 2019. Isso mostra como Bolsonaro e a bancada da bala, que defendem o interesse da indústria que vende armas, estavam preocupados apenas com os lucros de um setor industrial. Quanto maior a venda de armas para traficantes e para o crime organizado, maior o lucro das empresas que se beneficiam das ações da bancada da bala. O lucro é o mesmo se vender para o crime ou para o cidadão comum. Entre todas as apreensões de pistolas na região Sudeste, modelos 9 mm respondiam por 28,5% das ocorrências em 2018, um ano antes da flexibilização, percentual que saltou a 50,5% em 2023.
O levantamento aponta também que as armas na mão dos criminosos estão mais novas. Em 2018 houve 170 apreensões de modelos fabricados até dois anos antes da respectiva ocorrência, número que em 2023 chegou a 843 somente em território paulista.
Além de renovar o armamento do crime, a bancada da bala colocou em maior risco a vida de policiais em todo o Brasil. Os próprios integrantes de partidos que abrigam a bancada da bala, defensores da distribuição de armamentos que beneficiou o crime organizado, estão envolvidos com a venda de armas para o próprio crime organizado. Os integrantes da bancada da bala estão principalmente no PL, União Brasil, Avante e PP, todos de extrema direita. O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, que está preso por associação à organização criminosa que vendia armas para o Comando Vermelho, é do União Brasil. O vereador Ernane Aleixo (PL), mesmo partido de Bolsonaro, foi preso dia 25 de novembro pela Polícia Civil, acusado de envolvimento com a facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP). O vereador é de uma cidade da região metropolitana do RJ. Ele é acusado de ajudar na montagem das barricadas.
A reportagem lembra que um dos decretos de Bolsonaro permitiu que CACs (Caçadores, Atiradores Desportivos e Colecionadores) comprassem por ano até 5.000 munições para armas de uso liberado e mil para as de uso restrito, como fuzis ou carabinas, por exemplo. O texto também foi revogado.
“Eram quantidades absurdas, fora de qualquer razoabilidade, o que possibilitou esquemas de ‘laranjas’”, afirma o consultor sênior do Sou da Paz, Bruno Langeani, coordenador da pesquisa sobre o Sudeste. (Veja mais AQUI)
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