
Do 247 -Uma investigação conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo revelou um esquema milionário envolvendo policiais da Rota e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Conforme publicado pelo Metrópoles, os agentes cobravam uma “mensalidade” de R$ 600 mil para vazar informações sigilosas e garantir a proteção de líderes da facção criminosa na zona leste de São Paulo. Entre os beneficiados estariam figuras como Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, Claudemir Antonio Bernardino da Silva, o Guinho, e Rafael Maeda Pires, o Japa.
O esquema, que teria tido início em 2017, envolvia diretamente seis policiais militares, sendo liderado por um agente identificado como “Leão”. Além da mensalidade, em situações extraordinárias, os valores cobrados eram ainda mais altos. Durante a Operação Sharks, em setembro de 2020, os PMs exigiram R$ 5 milhões para permitir a fuga de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, então principal líder do PCC fora das prisões. Situação semelhante ocorreu com Cebola, que escapou de uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) para prendê-lo durante a festa de aniversário de Ahmed Hassan, advogado envolvido em esquemas de lavagem de dinheiro da facção.
Investimentos com dinheiro do crime – Com os lucros do esquema, o policial “Leão” abriu dois estabelecimentos comerciais na zona leste paulistana em homenagem à própria Rota. Batizados de Rota’s Bar, os empreendimentos, localizados no Jardim Helena e em Itaquera, incluem uma adega e um restaurante. Mesmo após deixar o batalhão, “Leão” continuou recebendo pagamentos regulares como se ainda integrasse a unidade.
O elo entre PMs e PCC – Conforme fontes internas da Polícia Militar, a cooptação de PMs da Rota pelo PCC ganhou força em 2021, após uma conversa informal entre um traficante da facção e promotores. Durante a “entrevista”, realizada dentro do próprio batalhão da Rota, o criminoso detalhou como funcionava o esquema entre policiais e integrantes da organização criminosa. (Do 247)