(foto: marcelo camargo – ag brasil)

No último ato como presidente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto se vingou do governo Lula e deu um presente bilionário para os rentistas do mercado usando o dinheiro do povo brasileiro. Campos Neto parece ter feito uma vingança em nome do mercado contra o governo petista que buscou não esfolar a população pobre com o ajuste fiscal. Mais que uma vingança, Campos Neto fez uma pirraça lucrativa com o dinheiro público.

Todo esforço do governo Lula para economizar com o ajuste fiscal foi jogado na mão do mercado, com a elevação das taxas de juros em 1 ponto percentual. Isso implica em aumentar a dívida pública em cerca de R$ 40 bilhões por ano. A aprovação da chamada independência do Banco Central do poder político eleito e constituído foi um ataque sem precedentes à democracia.

Mas o presente ao mercado não para por aí. Além de elevar os juros básicos em 1 ponto percentual, o Banco Central (BC) que deixou o dólar disparar nas últimas semanas sem qualquer intervenção, resolveu avisar o mercado que vai vender dólares para segurar a alta da moeda. Ou seja, ele avisou aos especuladores para que eles não percar recursos, diminuindo a capacidade de intervenção do Banco Central.

O BC avisou que fará leilão nesta quinta-feira (12) de até US$ 4 bilhões das reservas internacionais com compromisso de recompra, quando o dinheiro é comprado de volta às reservas meses mais tarde. Segundo comunicado, o BC fará dois leilões de até US$ 2 bilhões durante a manhã. As operações de recompra ocorrerão em 4 de fevereiro de 2025 para o dinheiro vendido no primeiro leilão e em 2 de abril de 2025 para o dinheiro vendido no segundo leilão.

A última vez em que o BC interveio no mercado de câmbio foi em 13 de novembro, quando também vendeu US$ 4 bilhões das reservas internacionais. Na ocasião, o leilão também ocorreu na modalidade de leilões de linha, como se chamam as vendas com compromisso de recompra.

Essa estratégia de recompra pode pressionar a alta da moeda norte-americana no futuro, visto que os especuladores e apostadores do mercado financeiro já sabem quando poderão vender no futuro para o Banco Central. E eles só terão lucro se o valor do dólar for mais alto.

O último leilão à vista, em que o BC se desfez de parte das reservas internacionais sem recomprar os recursos, ocorreu em 30 de agosto. Na ocasião, a autoridade monetária vendeu US$ 1,5 bilhão. (Com informações da Agência Brasil)