(foto: carta campinas)

Em pleno domingo de sol do final de ano, 29 de dezembro, a Prefeitura de Campinas manteve 25 parques e bosques públicos da cidade fechados. Essa é uma nova medida que começou a ser utilizada este ano devido às mudanças climáticas e às fortes chuvas provocadas pelo aquecimento global. Além do fechamento dos parques, muitos moradores receberam pelo celular aviso sonoro da Defesa Civil sobre os riscos de tempestade. Os alarmes também são uma nova medida diante da emergência climática.

Mas, ao mesmo tempo e contraditoriamente, o governo do prefeito Dario Saadi (Republicanos), que foi reeleito recentemente, insiste em um mega projeto que visa impermeabilizar grande área urbana da Cidade. Ou seja, vai liberar uma mega urbanização e especulação imobiliária com o PIDS ao mesmo tempo em que aumentam os riscos ambientais da cidade.

O PIDS é um mega projeto de urbanização que ocupará uma área de 17 milhões de m2, na região do antigo Ciatec II e com uma área de ampliação ao norte. Vai alterar o zoneamento de maneira perigosa, em uma área que deveria ser utilizada muito mais para a preservação e regeneração ambiental. Os riscos ambientais para os moradores vão aumentar.

Nesta semana, índice de chuva acumulado nas últimas 72 horas foi de 208,4 milímetros, bem acima dos 80 milímetros estipulados como limite para o fechamento dos parques, segundo o Setor de Monitoramento e Alertas da Defesa Civil. Os parques estão fechados desde às 8h da última sexta-feira, 27 de dezembro. A tendência é que eventos climáticos aumentem significativa nos próximo anos e com uma cidade mais impermeabilizada.

O ano de 2023 foi o que teve maior número de eventos climáticos extremos na história do Brasil. Esses eventos são fenômenos de secas, ondas de calor ou frio, tempestades, enchentes e deslizamentos. Foram 1.161 eventos climáticos nos 1.038 municípios monitorados pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). E desse total, 716 foram ocorrências hidrológicas, como transbordamento de rios, alagamentos etc. Só de 2020 a 2023, o número de pessoas doentes devido a desastres ambientais cresceu mais de 100 mil.

A cidade deve pagar um custo alto para que alguns empresários lucrem com projetos de urbanização como o PIDS (Polo de Inovação e Desenvolvimento Sustentável (PIDS) em uma gigantesca área de Barão Geraldo. Somente nesse final de semana, o contribuinte vai arcar com toda mobilização. A Secretaria de Serviços Públicos mobilizou 300 pessoas para garantir a organização e limpeza da cidade, retirada de árvores e galhos que tenham caído por causa de chuvas e ventos, conserto de galerias e afundamento de vias. A força-tarefa reúne a Defesa Civil e as secretarias que atuam diretamente no caso de ocorrência de eventos climáticos extremos: Serviços Públicos, Desenvolvimento e Assistência Social, Habitação/Cohab e Emdec (Empresa de Desenvolvimento de Campinas). Outras secretarias estão de sobreaviso para atuar caso necessário. (Com informações de divulgação)