Um grupo de 62 mulheres divulgou um manifesto em defesa da maior participação feminina em todos os níveis de gestão da Unicamp. Segundo o manifesto, assinado pelas Mulheres de Esquerda da Unicamp (MEU),a “limitada presença de mulheres em cargos de liderança revela uma realidade que exige transformação”. Veja manifesto integral:
Manifesto de Mulheres de Esquerda da Unicamp (MEU): por uma Universidade + politizada e + democrática
Por Manifesto de Mulheres de Esquerda da Unicamp (MEU)
A Unicamp, enquanto instituição pública, enfrenta desafios que vão além das questões tradicionais da administração, englobando uma agenda científica e acadêmica de grande expressão social. O cenário atual, marcado por uma necessidade urgente de refletir sobre a participação feminina em todos os níveis da universidade, o que inclui as atividades de gestão, reforça a importância da politização da comunidade e do desenvolvimento de ações que promovam a ampliação da experiência democrática nas relações internas.
Embora, nos últimos anos, tenha havido avanços na participação feminina, esses progressos ainda são insuficientes. A limitada presença de mulheres em cargos de liderança revela uma realidade que exige transformação. Essa disparidade não apenas impacta a dinâmica da gestão universitária mas também restringe o potencial de desenvolvimento de uma agenda sociocultural intelectual e ideologicamente mais ousada, impulsionada pela integração de diversos atores sociais. Para essa mudança, são fundamentais o fortalecimento da capacidade crítica e a participação coletiva dos membros da comunidade universitária. Na prática, uma universidade mais estimulante e consciente se encontra mais preparada para garantir suas conquistas e avançar na percepção de seu papel frente ao desenvolvimento social e humano.
Nesse cenário, a politização – que requer o incremento da vida democrática interna, a compreensão crítica da estrutura e do funcionamento da Universidade, bem como a ampla participação em diversos níveis de decisão – torna-se crucial para o reconhecimento da importância do envolvimento de diferentes atores na ação política. Promover esse reconhecimento de forma ampla e concreta é condição imprescindível para a consolidação de uma experiência mais completa de cidadania, capaz de construir e transformar ações políticas de caráter universitário, sejam essas acadêmicas, científicas, administrativas, sociais, econômicas ou ambientais.
Concentrada no interesse público que rege universidades como a Unicamp, essa politização não se limita a debates públicos ou à formação crítica, mas passa pelo equilíbrio do jogo de forças que a constitui. Assim, os processos de politização necessariamente forjam pensamentos na direção da
a. defesa de seus valores, como autonomia e excelência acadêmicas;
b. mobilização constante pela manutenção e atualização dos direitos sociais;
c. interação socialmente qualificada e ativa em relação à comunidade externa, sua face pública mais exigente.
A politização busca, assim, na forma de mais democracia e mais participação feminina na gestão universitária, fortalecer uma consciência coletiva que prepare a comunidade para se posicionar de maneira informada e comprometida em relação ao que se espera da Unicamp enquanto universidade pública brasileira.
Um compromisso com a democracia na Universidade deve ser mais do que uma política formal, configurando-se como uma prática cotidiana e dialógica. É fundamental criar uma ambiência e oferecer condições que permitam aos diferentes segmentos da comunidade universitária pautar e debater as questões que definem a sua vida acadêmica e social, de forma a experienciar a Unicamp como uma realidade mais equânime.
Com o intuito de dar um sentido maior e positivo a esses dois eixos – politização e democracia – e considerando o contexto da próxima consulta para a nova reitoria da Universidade, fazemos alguns questionamentos às candidatas e aos candidatos à direção da Unicamp:
Acreditamos que essas reflexões são essenciais para a Unicamp ser um espaço que expresse a diversidade de sua comunidade. Isso passa, entre outras coisas, pela ampliação dos direitos sociais das mulheres, pela equidade e por maior participação feminina na gestão da estrutura organizacional e política da Universidade.
Eis o nosso mister: trabalhar para que a Unicamp, além de ser reconhecida como um centro de excelência de produção acadêmico-científica, de formação profissional crítica e de práticas extensionistas socialmente referenciadas, seja também reconhecida como um espaço de promoção da justiça social e da igualdade racial e de gênero, como um estímulo constante à experiência democrática e como um modelo de avanço social.
Assinam este documento:
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