Elevação dos juros pelo Banco Central no atual cenário pode ter efeito contrário e gerar inflação

Campos Neto (foto paulo pinto – ag brasil)

A elevação dos juros pelo Banco Central no atual cenário da economia brasileira pode ter um efeito inverso e gerar mais inflação futura. Isso porque há um aumento de demanda pequeno com uma inflação controlada. Além da inflação anual estar dentro da meta estabelecida, dois índices de preços registraram deflação no mês de agosto.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, registrou deflação (queda de preços) de 0,02% em agosto deste ano. Essa foi a primeira vez que o indicador teve deflação desde junho de 2023 (-0,08%). O dado foi divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o IPCA acumula taxa de 2,85% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,24%, abaixo do teto da meta estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%.

Mas não foi só o IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de compras para famílias com renda até cinco salários mínimos, teve deflação (queda de preços) bem maior, de 0,14% em agosto deste ano. Em julho, o INPC havia registrado inflação de 0,26%. Em agosto do ano passado, a taxa ficou em 0,20%. Com o resultado, o INPC acumula 2,80% no ano e 3,71% em 12 meses, segundo dados divulgados nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao sinalizar que vai elevar os juros nesse panorama de inflação controlada e pequeno aumento de demanda, o Banco Central já prejudica a economia porque cria um ambiente de redução dos investimentos das empresas, que preferem aplicar recursos e ter maior rendimento com os juros altos, assim como elas sabem que a demanda vai ser reduzida pela aumento do valor do crédito ao consumidor. Há setores que lucram com as especulações e a autonomia do Banco Central torna esse jogo enganoso sem qualquer controle dos governos eleitos.

A previsão do mercado especulativo e financeiro para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu de 2,46% para 2,68%. A estimativa está no Boletim Focus na segunda-feira (9), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.

A revisão de 0,22 ponto percentual para cima ocorre após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) do segundo trimestre do ano, que “surpreendeu” os especuladores financeiros e subiu 1,4% em comparação ao primeiro trimestre. (Com informações da Agência Brasil)

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