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Adnã Ionara dança a ancestralidade e o peso da existência no premiado espetáculo ‘Cacunda’

(foto: beto assem/divulgação)

O espetáculo de dança contemporânea “Cacunda, o que carregamos nas costas”, com a bailarina Adnã Ionara, é a atração deste final de semana no Auditório da Casa de Cultura Tainã, em Campinas. Serão duas sessões, no sábado (24), às 19h, e no domingo (25), às 17h. A entrada é gratuita e a apresentação de domingo contará com audiodescrição.

Indicada ao Prêmio APCA na categoria Criação-Coreografia e ganhadora do Prêmio Denilton Gomes de Dança na categoria Dança-Ancestralidade-Interior, a apresentação remete às raízes afro e estabelece uma sintonia entre a dança e a música. “Desde o processo criativo, nunca foi estabelecido qualquer tipo de hierarquização: o estímulo, ora em corpo, ora em som, engajava e fundamentava a presença e a resposta da outra linguagem. Essa relação é o pilar de sustentação do trabalho”, destaca a artista, responsável pela criação e que também assina a direção artística ao lado de José Teixeira.

Na cena, ao lado da bailarina, estão os músicos Yandara Pimentel e Otavio Andrade (tambores e percussão) e Marcelo Santhu (contrabaixo), interpretando canções como “Engasga Gato/Casa Barata”, do álbum Padê, de Juçara Marçal e Kiko Dinucci, e “A Morte de Elesbão”, composição de Santhu.

“Cacunda” traz à tona as danças afrodiaspóricas que Adnã cultiva em seu corpo – desde criança, ela já dançava no terreiro da avó – e resulta também sua formação em balé clássico e outras técnicas. “É um espetáculo que contempla o gênero contemporâneo, pois cria, recria e reedita realidades, sejam elas reais ou ficcionais”, diz a bailarina, graduada em dança e mestra em artes da cena pela Unicamp.

Segundo a artista, o espetáculo um grito bailado contra qualquer tipo de intolerância relacionada às manifestações artísticas afrodescendentes e um questionamento das estéticas normativas, fortalecendo as artes negras na cidade ao mesmo tempo que trilha novos caminhos no fazer e pensar a dança.

Cacunda, palavra de origem quimbundo, é a curvatura acentuada nas costas e também a pessoa que acolhe e protege. Nos terreiros, cacunda é Cacurucaia, entidade antiga da umbanda, mulher velha e ranzinza que transcende o tempo e é sábia conselheira. Traduzido em dança, são movimentos que mobilizam o tempo e suas curvas, questionando e celebrando o peso que carrega a existência.

Serviço

Data: 24/8 e 25/8
Horário: 19h (sábado) e 17h (domingo)
Local: Auditório da Casa de Cultura Tainã
Endereço: Rua Inhambu, 645, Vila Padre Manoel de Nóbrega, Campinas-SP
Ingressos: entrada gratuita
Informações: @casataina

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