Na sexta-feira, dia 02 de agosto, a autora e professora Larissa Meis Bombardi lança em Campinas o livro Agrotóxicos e colonialismo químico’, da editora Elefante. O evento, que acontece às 17h no Auditório da ADunicamp, terá debate com a participação da deputada estadual Ana Perugini (PT) e do professor Doutor Fúlvio Scorza, que é coordenador científico do Ministério do Desenvolvimento Agrário do Brasil.
Larissa ficou nacionalmente conhecida quando teve de sair do Brasil por causas de ameaças durante o governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro (PL). As ameaças começaram por causa da sua pesquisa, com o lançamento na Europa da versão em inglês do seu atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia.
O Brasil é o maior consumidor mundial agrotóxicos, com mais de 700 mil toneladas por ano. O livro compila dados alarmantes que nos permitem começar a compreender a gravidade do problema representado pelo uso massivo de herbicidas, pesticidas e fungicidas para a saúde humana e para o meio ambiente, uma consequência direta da globalização da agricultura, da concentração fundiária brasileira e da onipresença do agronegócio no país. Da leitura, emerge a certeza de que produção agrícola deixou de ser sinônimo de produção de alimentos, e que a saída está na agroecologia.
Os agrotóxicos atingem com muito mais força mulheres, crianças, indígenas e camponeses que vivem no entorno dos cultivos de commodities, mas fazem parte do dia a dia de toda a população, já que estão presentes na água e na alimentação de cada vez mais pessoas.
Larissa Mies Bombardi é professora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, vive na Europa e desenvolve pesquisas no Institut de recherche pour le développement (IRD), em Paris, França, sob o Programme national d’accueil en urgence des scientifiques et des artistes en exil (Pause). É especialista no tema do uso de agrotóxicos, com dezenas de palestras, artigos e entrevistas publicadas em periódicos e meios de comunicação brasileiros e internacionais. É autora dos atlas A Geography of Agrotoxins Use in Brazil and its Relations to the European Union [Uma geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e suas relações com a União Europeia] (2019) e Geography of Asymmetry: The Vicious Cycle of Pesticides and Colonialism in the Commercial Relationship between Mercosur and the European Union [Geografia da assimetria: o ciclo vicioso de pesticidas e colonialismo na relação comercial entre Mercosul e União Europeia] (2021). É integrante do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, no Brasil, membro da organização internacional Justice Pesticide e pesquisadora convidada do Helmholtz-Centre for Environmental Research (UFZ) em Leipzig, Alemanha. (Com informações de divulgação)
Serviço:
Data: 02 de AGOSTO (sexta-feira)
Horário 17h00
Local: Auditório da ADunicamp (Av. Érico Veríssimo, 1479 – Cidade Universitária)
Com transmissão ao vivo pelo canal no Youtube da ADunicamp!
One thought on “Pesquisadora, que saiu do Brasil por ameaça, lança ‘Agrotóxicos e colonialismo químico’ em Campinas”