(foto divulgação)

Pedaços de raízes, troncos e cipós, encontrados em diferentes localidades e com tamanhos diversos, são transformados em obras de arte pelas mãos da artista Leani Ruschel na Exposição Olhares Sensíveis, que fica até o dia 31 de maio na Casa do Lago, na Unicamp. São 23 esculturas em madeira, sendo três delas que mesclam com o vidro. O objetivo da artista é chamar a atenção para a necessidade da conservação da natureza.

A abertura da exposição, que acontece no próximo dia 26, contará com a presença do violeiro Paulo Freire que, presente desde a primeira mostra da artista em 2002, abre a temporada 2023 de exposições de Leani, dando voz a esse movimento de sensibilizar o olhar para o que a sociedade entende como ‘descartável’.

O trabalho de Leani de decompor, de alterar o que foi destruído, muitas vezes inicia-se na própria natureza, onde cupins, formigas, outros insetos e animais imprimem o primeiro toque na madeira que servirá de material para a artista.

São Araucárias, Canelas-Sassafrás, Angicos Rosa, entre outras espécies arbóreas que despertam pelo seu abandono e suas formas a atenção da artista. Para ela, o começo de um processo criativo inspirado pela vontade de chamar a atenção sobre o que é destruído. “A minha preocupação é penetrar mais na natureza. Não procuro a paisagem, mas o material. Não copio a natureza”, conta.

Além das obras de Leani, a exposição contará com três peças produzidas em parceria com a artista convidada Regina Lara, cujas formas criadas em vidro interagem com a madeira, estabelecendo um diálogo criativo. Material totalmente reciclável, o vidro utilizado são sobras de janelas tipo float, que ao serem produzidas tem o vidro recortado no tamanho exato do molde, gerando assim retalhos de vidros que voltam aos fornos industriais. A artista aproveita esses cacos para dar vida nova e habitar espaços artísticos.

(foto divulgação)

Gaúcha de Cerro Largo, no interior do Rio Grande do Sul, Leani atuou como educadora, alfabetizando crianças e adultos, e por influência do artista polonês radicalizado no Brasil Frans Krajcberg, passou a esculpir em 2002. Foi em Barão Geraldo, distrito de Campinas, que a artista criou raízes na atividade e mantém ainda hoje seu ateliê. Já Regina Lara é artista visual e professora universitária, expõe regularmente e atua na criação e restauro de vitrais. É pesquisadora em arte, design, criatividade, processos criativos, patrimônio e história cultural. (com informações de divulgação)

Serviço:
Exposição Olhares Sensíveis: troncos, raízes, cipós
Entrada gratuita
Data: de 26 de abril a 31 de maio
Local: Casa do Lago, na Unicamp