O atual presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) tem o espírito do antigo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ). Não vê limites para suas ambições e se sentindo poderoso com a base parlamentar. Mas se puxar muito a corda, Lira pode acabar no mesmo caminho de Eduardo Cunha, atrás das grades. Não existe briga entre Câmara e Senado, como desinforma parte da mídia.
Lira quer mudar uma regra que existe há mais de 20 anos e que só foi alterada devido à situação extraordinária na pandemia mundial de Covid-19, que graças ao governo Bolsonaro, que ele era aliado, matou 700 mil brasileiros.
Oportunista diante da tragédia da Covid-19, Lira quer transformar a exceção em regra para lhe garantir mais poder contra todos os senadores da República e passando por cima do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O impasse achincalha a República porque trava a tramitação das MPs editadas pelo presidente Lula. Arthur Lira diz sorrateiramente a aliados que está disposto a deixar os textos perderem a validade se o rito não for definido do jeito que ele quer, informou reportagem do Banco PagSeguro/Folha de S.Paulo. Em outro jornal (da escolha muito difícil), Lira ameaça o governo se a regra não for a que ele quer.
No 247, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a situação chegou a um “limite” e que o Planalto não descarta alternativas às MPs (medidas provisórias) já editadas. Segundo Randolfe, o governo não descarta a possibilidade de apresentar projetos de lei de caráter de urgência. Essa é a situação que Lira coloca os poderes da República.
Em julho de 2022(!), o site Divergentes terminou um texto com essa frase ao se referir ao método de Arthur Lira: “É a política do vale tudo pra quem tem maioria na Câmara, concebida por Eduardo Cunha, e executada por seu discípulo Arthur Lira”.