O Congresso -- com seus atuais presidentes considerados tanto do ponto de vista político quanto do ponto de vista ético -- não é fruto do acaso. Resulta do quadro geral da política brasileira, caracterizado pela decomposição da representação popular pondo por terra o princípio básico da democracia, a saber, a legitimidade dos instrumentos da soberania popular. Faz o jogo do atraso quando intenta, como agora, transformar a chefia do Executivo em um condomínio, elevando o presidente da Câmara ao papel de co-governante como se parlamentarista fosse o regime, e intentando rebaixar a presidência da república ao exercício exclusivo de funções cerimoniais.