No próximo dia 7 de outubro, a partir das 14h, a UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) recebe o seminário Retomadas: o debate, arte, memória e direitos. O seminário, que acontece em parceria com a Assessoria de Cultura da Diretoria de Direitos Humanos da Unicamp, tem como objetivo debater as interações entre arte, memória e direitos humanos partindo do episódio ocorrido em maio deste ano quando o MASP (Museu de arte de São Paulo Assis Chateaubriand) vetou obras de André Vilaron, Edgar Kanako Xakriabá, do Acervo João Zinclar e do Coletivo de Arquivo e Memória do MST, integrantes do núcleo Retomadas, que faz parte da exposição Histórias Brasileiras atualmente em cartaz no museu.
Com curadoria de Sandra Benites e Clarissa Diniz, o núcleo reúne documentos e obras que refletem sobre o processo de luta pelo direito à terra através de línguas, corpos, imagens, representações e representatividades.
Participam do seminário, mediado pelo Prof. Dr. Gilberto Alexandre Sobrinho;
– Clarissa Diniz, curadora e crítica de arte, mestra em história da arte pelo PPGArtes/UERJ e, atualmente, doutoranda em antropologia pelo PPGSA/UFRJ.
– Sandra Benites Guarani Nhandewa, professora de ensino fundamental e médio, licenciada em história e filosofia, mestra em antropologia social pelo Museu Nacional-UFRJ e doutoranda em antropologia social pelo Museu Nacional-UFRJ.
– Jullyana de Souza, historiadora, mestra em história econômica pela USP (Universidade de São Paulo) e mestranda do programa Memória e Acervos da Casa de Rui Barbosa.
– Lucimeire Barreto Rocha, historiadora, formada pela UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul) e mestranda pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
– Sônia Fardin, historiadora e curadora de acervos visuais. Mestre em História e doutora em Artes Visuais pela UNICAMP, pesquisadora do Acervo João Zinclar e colaboradora do Coletivo Socializando Saberes e do Centro Cultural Esperança Vermelha.
Seminário Retomadas: o debate, arte, memória e direitos
Data: 07/10
Horário: 14h
Local: UNICAMP (auditório Raízes – CB 54)
Para conhecer e colaborar com o projeto Retomadas, acesse: www.catarse.me/retomadas_*
O que é a campanha de financiamento do núcleo Retomadas?
A campanha tem como objetivo financiar a produção de uma obra que reunirá textos e ensaios visuais inéditos, produzidos através de convites e de chamada pública. O livro, além de contar a história do núcleo Retomadas e o recente processo de censura produzido pelo MASP, também reunirá reflexões acerca do papel da arte e da cultura como mola propulsora de enfrentamento.
A publicação, que será co-editada pela Editora Expressão Popular, deverá ser lançada em 2022 nas versões on-line, impressa, bilíngue e gratuita.
A ideia desse projeto nasceu depois que o núcleo Retomadas foi cancelado por suas curadoras em maio deste ano. O cancelamento aconteceu como forma de protesto depois do MASP vetar a inclusão de fotografias de Edgar Kanako Xakriabá, André Vilaron e João Zinclar que documentam a luta do MST e dos movimentos indígenas contra o saque colonial e a desigualdade fundiária brasileira.
Após o tema torna-se público, o MASP reconheceu o erro institucional e pediu a volta do núcleo na mostra Histórias Brasileiras.
Nesse processo, as curadoras do núcleo e os artistas cujas obras foram vetadas elaboraram proposições de reparação diante da violência institucional que sofreram. Uma delas, contudo, não foi acolhida pela instituição: a justa realização de uma publicação que possa debater a trajetória do Retomadas e levar o debate ao maior número possível de pessoas pelo Brasil afora.
E esse é o objetivo dessa campanha de financiamento, viabilizar a publicação que ficou de fora dos acertos entre o MASP, as curadoras e os artistas, de forma a lutar contra o risco de apagamento e de silenciamento que ronda as situações de luta e conflito histórico que não são devidamente debatidas, documentadas e historiografadas.
Para contribuir com a campanha, acesse: www.catarse.me/retomadas
(Carta Campinas com informações de divulgação)