Diferente das famílias tradicionais, que compram imóveis com transferências bancárias, cheque administrativo etc, a família de Bolsonaro comprou nada menos que 107 imóveis, sendo 51 parcial ou totalmente com malas de dinheiro. Veja notícia:

Do BdF

De 107 imóveis negociados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pessoas próximas, pelo menos 51 foram adquiridos parcial ou totalmente com por meio de dinheiro em espécie, da década de 1990 até hoje.

(imagem reprod. rba)

Segundo levantamento do Uol, as compras registradas nos cartórios como feitas “em moeda corrente nacional”, ou seja, em dinheiro vivo, totalizaram R$ 13,5 milhões (em valores corrigidos pela inflação, o montante equivale a R$ 25,6 milhões). Também foram realizadas compras por meio de cheque ou transferência bancária, que somaram R$ 13,4 milhões (R$ 17,9 milhões corrigidos pela inflação).

O levantamento foi realizado a partir do patrimônio construído por Bolsonaro, seus três filhos mais velhos (Flávio, Eduardo e Carlos), sua mãe, cinco irmãos e duas ex-mulheres, construído no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasileira (PI).

Dos 107 imóveis, 56 seguem como propriedade da família até este ano. Esses imóveis custaram, nas épocas em que foram comprados, R$ 18,8 milhões (ou R$ 26,2 milhões corrigidos).

A compra em espécie de imóveis pode estar relacionada de alguma forma com o esquema de rachadinha que cerca as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra Flávio Bolsonaro.

Desde 2018, Flávio e Carlos Bolsonaro e a segunda esposa do presidente, Ana Cristina Siqueira Valle, são investigados por obrigar funcionários de seus gabinetes a devolverem parte dos salários. De acordo com o MP, esses assessores contratados, grande parte funcionários fantasma, entregavam até 90% do que recebiam a operadores da família Bolsonaro.

As apurações contra Flávio mostraram depois que os valores eram “lavados” por meio da compra de imóveis. Uma parte das provas produzidas pelo MP foi anulada. Ainda assim, as investigações continuam em curso.

O presidente Jair Bolsonaro irá priorizar os debates e as entrevistas que renderão menos confrontos, como podcasts. A decisão da equipe de campanha do candidato do PL ocorreu após sua participação na sabatina na Band, neste domingo (28).

Na ocasião, Bolsonaro perdeu o controle e atacou a jornalista Vera Magalhães ao ser chamado para comentar uma questão sobre baixa cobertura vacinal e propagação de notícias falsas sobre imunização. O presidente disse que a jornalista é uma “vergonha para o jornalismo brasileiro”. Da mesma maneira, Bolsonaro também atacou a senadora Simone Tebet (MDB-MS) ao dizer que a parlamentar é uma “vergonha no Senado Federal” ao ser questionado sobre a CPI da Covid.

Com isso, a sua participação na sabatina agendada pela CNN para esta quarta-feira (31) foi desmarcada.

O governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição Cláudio Castro (PL) tem como tesoureiro de sua campanha o advogado Aislan de Souza Coelho, que está na lista de beneficiados dos pagamentos secretos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), segundo o Uol.

Coelho também é um dos homens de confiança do deputado estadual Rodrigo Bacellar (PL), com quem irá dividir a função da tesouraria. Coincidentemente, Bacellar foi um dos responsáveis por manejar os cargos secretos na Fundação Ceperj distribuídos a aliados políticos.

Entre junho e dezembro de 2020, Coelho recebeu R$ 10 mil por mês, totalizando R$ 70 mil, por meio do Observatório Social da Operação Segurança Presente da Uerj, que produz pesquisas sobre patrulhamento nos bairros em que o Segurança Presente foi implementado. O advogado, no entanto, acumulava o cargo de chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Governo (Segov), comandada por Bacellar, com um salário de R$ 18,3 mil.

Como os pagamentos feitos pela Uerj feitos aos contratados em projetos — que somam R$ 593,6 milhões somente neste ano —, não é possível saber se Coelho ainda está vinculado ao Observatório. (Caroline Oliveira – Brasil de Fato)