Caju, comumente, tem gosto doce, mas também pode ter sabor de estreia, de produção, de cultura, de arte, de resistência e, claro, de aplausos. Aliás, é justamente deste paladar que se propõe o Coletivo Caju Cultura, que, em 2022, completa cinco anos de bons frutos. Para celebrar a data de fundação, as produtoras responsáveis promovem a Mostra Caju Cultura, que será realizada entre sexta-feira (3/6) e domingo (5/6) no Centro Cultural Casarão, localizado no distrito de Barão Geraldo, em Campinas. Os ingressos são no chapéu (contribuição espontânea da plateia).
Além de três espetáculos: Crônicas de Uma Vida Anunciada, Das Alturas de Mim Mesmo e Alma Boa – Uma Parábola Chinesa, a mostra contará com a realização da oficina online e gratuita Gestão cultural: perspectivas feministas para economias em redes, ministrada pelas fundadoras do coletivo em 7 e 8 de junho, das 15h às 18h, por meio da Plataforma Zoom. Para se inscrever, basta acessar o perfil do Coletivo Caju Cultura no Instagram (@caju.cultura).
“Queremos com essa mostra promover espetáculos gratuitos de qualidade para a comunidade em um importante equipamento público de cultura da cidade, gerido de forma independente por um grupo de artistas que tem sofrido com diferentes situações de ameaça, mas que está resistindo. Isso sem contar na possibilidade de encontros humanos e viáveis, que propõem reflexões sobre a vida”, destaca a produtora cultural Juliana Kaneto.
E o que é a Caju Cultura? Fundada pelas produtoras culturais Cassiane Tomilhero, Cristiane Taguchi, Júlia Conterno, Juliana Kaneto e Juliana Saravali, trata-se de um coletivo feminista de mulheres que atua em gestão cultural, criação e atuação em artes da cena. Da união, que nasceu para a troca de experiências e vivências sobre produção, foi gerado um dos mais atuantes coletivos culturais do interior de São Paulo.
“São cinco anos de um coletivo que sempre buscou o fortalecimento da nossa classe de produtoras culturais, estabelecendo um formato sustentável para todas as etapas da produção de um espetáculo. Isso, é claro, de uma forma bastante colaborativa, que representa a nossa identidade”, destaca a produtora.
Na sexta-feira (3/6), às 20h, durante a abertura da mostra, a plateia confere uma estreia: Crônicas de Uma Vida Anunciada, solo da atriz Cristiane Taguchi, sob a direção de Graziele Garbuio. No centro do palco, para toda a plateia conferir de perto, a atriz e mãe encena as belezas, as contradições e as dores que acompanham a maternidade contemporânea.
“A sociedade prega a imagem das mães perfeitas e resilientes como uma forma de nos manter atreladas às tarefas infinitas de criação e do cuidado. Com esse solo, compartilho abertamente esse pensamento e tento desvelar um pouco a origem dele, de forma a aliviar possíveis sentimentos de culpa e frustração”, destaca Cristiane.
Já no sábado (4/6), às 20h, a cena será povoada pela mistura de linguagens artísticas: música, teatro, dança, poesia e, claro, circo. Afinal, esse é o objetivo do multiartista Mauro Braga, da Cia Oruã, com o solo Das Alturas de Mim Mesmo. Sob a direção de Lu Lopes, a intérprete da Palhaça Rubra, o espetáculo se configura como uma espécie de autobiografia imaginária do protagonista.
“Em tempos de práticas encapsuladas, restrições emocionais e pouca intimidade entre as pessoas, Mauro Braga se arrisca na exposição de sua própria vida como obra de arte”, destaca a diretora. Há fantasias, também, garante Mauro. Por exemplo, o dia de sua morte. “Tento falar de mim, mas de uma forma sutil, sem trazer um tom ensimesmado. Quis buscar humanidades, cativar pelo espelho, pelo reflexo e pela reflexão”, avalia o artista.
Para fechar a programação, no domingo (5/6), às 19h, o Casarão abre as portas para um clássico da dramaturgia ocidental escrito pelo alemão Bertolt Brecht: Alma Boa – Uma Parábola Chinesa (adaptação do original A Alma Boa de Setsuan). Assinado pela Cia. Histriônica de Teatro, a partir da direção de Dirceu Carvalho, o espetáculo musical coloca os espectadores diante de um dilema moral: uma pessoa consegue ser boa no mundo atual?
“Infelizmente, para nós, o texto, escrito na década de 1940, apresenta uma atualidade aterradora, ou seja, um cenário em que a complexa trama de poderes gera bastante miséria. Em Setsuan, ou no Brasil, ainda se espera que haja uma solução simples e individual para os problemas estruturais. Parafraseando outro texto de Brecht: “Infeliz é a nação que precisa de heróis’”, avalia a atriz Juliana Saravali.
Mostra Caju Cultura
Entre sexta-feira (3/6) e domingo (5/6)
Centro Cultural Casarão (Rua Maria Ribeiro Sampaio Reginato, s/n, Barão Geraldo, em Campinas/SP)
Ingressos no chapéu (contribuição espontânea da plateia)
Facebook: /cajucultura
Instagram: @caju.cultura
Programação
Sexta-feira (3/6), às 20h
Crônicas de Uma Vida Anunciada, solo de Cristiane Taguchi
Sábado (4/6), às 20h
Das Alturas de Mim Mesmo, solo de Mauro Braga (Cia Oruã)
Domingo (5/6), às 19h
Alma Boa – Uma Parábola Chinesa, espetáculo da Cia. Histriônica de Teatro
Oficina on-line e gratuita
Gestão cultural: perspectivas feministas para economias em redes
Ministrada pelas fundadoras do coletivo em 7 e 8 de junho, das 15h às 18h, por meio da Plataforma Zoom.
Para se inscrever, basta acessar o perfil do Coletivo Caju Cultura no Instagram (@caju.cultura)
(Carta Campinas com informações de divulgação)