A artista visual Cecilia Akemi realiza sua primeira exposição individual no espaço Subsolo – Laboratório de Arte, sob curadoria de Andrés I. M. Hernández. Memória Corroída é uma leitura dos seus 39 anos de pesquisa artística tendo a cerâmica como eixo central.

Vazio Esférico I, 2018 (Foto: Elaine Labanca)

Em 2018, Akemi passou a frequentar o espaço cultural participando de cursos e mostras coletivas, fazendo parte também do livro Avanti Campinas – Obras Comentadas, de autoria de Hernández. A decisão de realizar no Subsolo uma exposição individual vem da vivência que se consolidou nos últimos anos com o curador e o produtor cultural Danilo Garcia. “Desse contato e conhecimento de sua poderosa pesquisa, acabamos formando uma parceria que agora resulta nessa potente exposição”, ressalta o curador.

A série Memória Corroída, que dá nome à mostra, é formada por um conjunto de séries como Vazios, Inventário, Vazios Esféricos e Rendilhados. Esta última obra, criada em 2018, surgiu de uma visita ao Centro de Memória da Universidade Estadual de Campinas (CMU), por intermédio da pesquisadora do Centro dra. Maria Alice Rosa Ribeiro, onde estão guardados inventários, testamentos e processos judiciais do Fórum da Comarca de Campinas e Jundiaí do século XVIII, XIX e metade do XX, que tratam em geral das propriedades de fazendas de café e engenhos de cana-de-açúcar. A visão dos “rendilhados”, como são chamados os arquivos, foi uma surpresa para a artista. “Fiquei impactada com a imagem daqueles documentos corroídos por brocas, traças e fungos, tanto por pensar que a partir dela eu iria entrar em um processo criativo que me proporcionaria uma nova obra, como em testemunhar o que se perdeu de memória histórica”.

Fotografia da artista visual Cecilia Akemi, Rendilhados (Foto: Regina Rocha Pitta)

Com acesso à vasta produção artística de Akemi, Hernández pode fazer relações entre as obras precedentes e as atuais para expressar e traduzir os conceitos da artista em uma grande instalação e utilizar do lúdico para provocar o espectador sensorialmente, como o público poderá ver. “É um conjunto de obras que abrange a pesquisa de uma artista que está constantemente se desafiando, priorizando os procedimentos cerâmicos com desdobramentos estéticos e atravessamentos que são inerentes à cerâmica na história da humanidade”, conclui o curador.

Segundo a artista, ela sempre organizou exposições dando atenção para os alunos e, pensando no coletivo, também expunha junto com eles de igual para igual. “Mas, agora, senti que era o momento certo, principalmente em razão da pandemia, já que não podia reunir os alunos no ateliê. Assim, me ocupei de olhar para as minhas obras e realizar projetos pensados e guardados. Isso me deu a possibilidade de, em conjunto com o Hernández, propor uma exposição individual”, coloca Akemi.

Exposição individual Memória Corroída, de Cecilia Akemi

Período de visitação: de 24 maio a 18 de junho de 2022

Local: Rua Proença, 1000 – Campinas – SP

Agendamento para visitação pelo (11) 94965-5722: de segunda a sexta-feira, das 12h às 17h – Uso de máscara e álcool em gel que previne o Covid-19 e suas cepas

Livre para todos os públicos

Entrada gratuita

(Carta Campinas com informações de divulgação)