(imagens: cepal -forbes -reprodução e josé cruz – ag brasil)

O governo Bolsonaro ficou na lanterna das projeções para o crescimento econômico para a América Latina de acordo com as novas estimativas divulgadas recentemente pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). O país ficará também bem atrás de Cuba, Venezuela e Argentina, países que são normalmente hostilizados pela trupe extremista de Bolsonaro.

Cuba e Venezuela, que sofrem violento bloqueio econômico dos EUA, terão um crescimento muito superior ao brasileiro. Cuba deve crescer 9 vezes mais do que o Brasil. A Venezuela, governada pelo presidente Nicolas Maduro, deve crescer quase 13 vezes mais do que o Brasil. A Argentina também tem crescimento previsto de quase 8 vezes o da dupla Guedes/Bolsonaro.

Mas o desastre econômico do governo Bolsonaro não fica só na projeção do crescimento econômico que afeta todos os setores da sociedade. Ela é danosa principalmente para a população mais pobre, visto que Bolsonaro e Guedes produziram o pior salário mínimo desde a implantação do Plano Real. O salário mínimo do Brasil perdeu o poder de compra pela primeira vez, desde a implementação do Plano Real, em 1994. Bolsonaro vai terminar o mandato, em dezembro de 2022, deixando o piso salarial valendo menos do que quando entrou.

Desde o Plano Real, todos os presidentes, seja no primeiro ou segundo mandato, conseguiram reajustar o salário superando a inflação. Nenhum dos governantes, neste período, entregou um mínimo que tivesse perdido o poder de compra. Enquanto que sob o governo Bolsonaro, o Brasil terá uma perda de 1,7%, até o final do ano, segundo os cálculos da corretora Tullet Prebon Brasil.

Desde que assumiu, Bolsonaro vem seguindo à risca o abandono da política de valorização real do piso salarial, criada nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT). Há três anos, não há reajuste do piso acima da inflação como prevalecia a regra de correção, que considerava a inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. De 2019 para cá, o governo apenas reajusta a perda resultante da inflação anual acumulada, que é obrigatória por norma constitucional. (Com informações da RBA)