Em uma análise arrasadora no programa da TV Portuguesa RTP, a historiadora Raquel Varela quebrou os consensos da cobertura da mídia europeia sobre a Guerra na Ucrânia.

Raquel Varela (foto div)

Ela ressaltou que as sanções contra a Rússia são para empobrecer os trabalhadores da União Europeia, os ucranianos e os russos, que é quem se preparou melhor para isso. “Se a União Europeia quisesse realmente fazer pressão e realmente ajudar a Ucrânia, anularia a sua dívida pública, que significa 8,5% do orçamento da Ucrânia. As sanções são para destruir a vida de todos nós, é isso que está em causa com o aumento de preços. Não suspendem a dívida da Ucrânia, sabe por quê? Porque as sanções atingem a nós e a suspensão da dívida vai atingir os empresários europeus”, afirmou. Ela lembrou que há apenas 5 anos, os chamados “oligarcas russos” eram bajulados como ótimos empresários na Europa.

Mais que isso, ela acredita que o apetite bélico dos EUA e da OTAN não vai parar com a Guerra da Ucrânia, que deverá ser esfriada nos próximos meses. Mas a Europa expulsou a Rússia do continente e agora ela se vira para o oriente, principalmente com a China e países árabes e asiáticos.

“A Rússia vai ficar cada vez menos europeia. Vai se aproximar cada vez mais do mar da China. A Europa vai ficar cada vez mais bélica com a duplicação do orçamento militar. Os EUA está a fazer um certo à China, através da Austrália. Portanto, não acho que vai haver uma 3ª Guerra Mundial agora, mas daqui há 5 ou 10 anos não sei, porque o apetite bélico do imperialismo é insaciável. Não venha dizer que é um problema Russo, porque é problema Chinês, é um problema norte-americano e é um problema da nossa União Europeia”, sentenciou.

Para ela, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vai se sentar à mesa com a Rússia e fazer o que poderia ter feito antes de seu país ser bombardeado. Raquel Varela é historiadora portuguesa, investigadora e professora universitária. Starting Grant da Fundação para a Ciência e Tecnologia/Universidade Nova de Lisboa/IHC e Fellow do International Institute for Social History (Amsterdam).

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