Por Susiana Draepau.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece que começou a entender como derrotar Bolsonaro nas próximas eleições. A questão religiosa e a falsidade moral de Bolsonaro é possivelmente o seu calcanhar de Aquiles.

Durante entrevista a youtubers e a veículos de mídias independentes nesta 3ª feira, dia 26 de abril, Lula disse que que Bolsonaro “não acredita em Deus” e utiliza “o nome de Deus em vão”. Afirmou também que Bolsonaro utiliza da convicção de seu eleitorado religioso como “peça eleitoral”. O ex-presidente acusou Bolsonaro de “tramar com alguns pastores” uma estratégia religiosa eleitoral. Acertou na mosca.

Boa parte do núcleo duro dos eleitores de Bolsonaro estão submetidos a esse estereótipo criado por Bolsonaro, que diz ser cristão e age como não cristão. Esse é um ponto crucial ainda que não seja suficiente.

Toda vez que Bolsonaro gerar uma agressão contra qualquer pessoa ou instituição, a questão cristã precisa vir à tona.

Mas não basta dizer, Lula precisa se apropriar do discurso e da história cristã nas eleições para comparar e provar o quanto Bolsonaro é um anticristão. A história de Jesus Cristo precisa estar nas peças publicitárias do PT. Mais que isso, essa relação anticristã, armamentista, de ódio e preconceito, precisa estar conectada com a pobreza e o desprezo do governo de extrema-direita. É a falsidade cristã de Bolsonaro que produz a miséria.

Há tempos temos alertado que não é possível combater o discurso da fé na política com o discurso racional-iluminista.