Ícone do site Wordpress Site

Corrupção é generalizada no Ministério da Educação do governo Bolsonaro, revelam prefeitos

Quem não pagava propina para os pastores de um gabinete paralelo no Ministério da Educação do governo Bolsonaro, não tinha investimento em educação. Pelo menos 10 prefeitos já denunciaram o esquema. Os três primeiros prefeitos contaram que o pastor Arilton Moura, amigo do presidente Jair Bolsonaro (PL) cobrava propina para ajudar a liberar verbas do Ministério da Educação (MEC), comandado pelo também pastor Milton Ribeiro. Arilton atuava sempre ao lado de outro pastor, Gilmar Santos, que aparece em vários eventos com Bolsonaro.

(foto clauber cleber – pr – div)

A dupla pedia dinheiro vivo, ouro ou a compra de bíblias a serem distribuidas nas cidades que o ministro visitava. Em entrevista ao jornal o Estado de S. Paulo, o prefeito de Bonfinópolis (GO), Professor Kelton Pinheiro (Cidadania), disse nesta quarta-feira (23) que Arilton cobrou R$ 15 mil pela liberação de verbas do MEC para a cidade, mas ao oferecer o ‘serviço’ a ele disse que daria um desconto de 50% no valor da propina. Áudios divulgados na página do jornal comprovam o que o prefeito afirmou.

“Eu tenho recurso para conseguir com você lá no ministério, mas eu preciso que você coloque na minha conta hoje R$ 15 mil. É hoje. E porque você está com o pastor Gilmar aqui, senão, pros outros, foi até mais”, disse Arilton.

Em outro trecho, o pastor pede uma contribuição para a igreja e pede ao prefeito para comprar bíblias. “Se você quiser contribuir com a minha igreja, que eu estou construindo, faz uma oferta para mim, uma oferta para a igreja. Você vai comprar mil bíblias, no valor de R$ 50, e você vai distribuir essas bíblias lá na sua cidade. Esse recurso eu quero usar para a construção da igreja”, disse o pastor, segundo o prefeito. “Fazendo isso, você vai me ajudar também a conseguir um recurso para você no Ministério.”

Segundo o prefeito, como sempre acontece, as negociatas do já famoso ‘bolsolão do MEC’ eram realizadas após reuniões com o ministro em um restautante de Brasília. No caso do Professor Kelton foi no popular restaurante Tia Zélia e, como prova o áudio, teve o aval do pastor Gilmar Santos.

Pedido de ouro

Outro prefeito, este do Maranhão, já havia denunciado a dupla. Gilberto Braga (PSDB), prefeito de Luis Domingues acusou Arilton de cobrar R$ 15 mil e um quilo de ouro para atender as demandas da cidade no Ministério da Educação.

Propina de R$ 40 mil

Já ao prefeito de Boa Esperança do Sul (SP), José Manoel de Souza, Arilton pediu propina de “R$ 40 mil para ajudar a igreja”.

Ele também foi levado a um restaurante, só que no seu caso foi o de um hotel em Brasília. O almoço também foi depois de um evento no MEC. Lá, segundo o prefeito, Arilton perguntou se ele teria interesse em ter uma escola profissionalizante na cidade. “Eu disse que tinha outras demandas, como creche, terceirização de ônibus”, disse. Souza conta que o pastor então complementou dizendo que se ele quisesse poderia ter a escola na hora, eraq só apga os R$ 40 mil de propina.

Bolsolão do MEC

O escândalo de corrupção no MEC, o bolsolão do MEC, foi tornado público após o Estadão fazer uma matéria sobre o ‘gabinete paralelo’ que atuava no ministério e a Folha de S Paulo conseguir um ádio do ministro Milton Ribeiro admitindo priorizar pedidos de prefeitos apresentados a ele por pastores, com a anuência de Jair Bolsonaro. (Informações da Redação da CUT)

Sair da versão mobile