.Por Rafael Martarello.

No domingo 12/12/2021 em meio a celebração de 130 anos da Avenida Paulista em São Paulo ocorreu além de diversas atividades culturais uma manifestação em oposição ao Governo Bolsonarista e em apoio ao Presidente Lula.

(foto de vídeo)

O protesto foi organizado pelo Bloco Vermelho, esta é uma união formada pelos Comitês de Luta Contra o Golpe, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), pelo Partido da Causa Operária (PCO), pelo Partido Comunista do Povo Brasileiro (PCPB), pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), por militantes da CUT, representantes indígenas e por demais militantes de esquerda.

Estiveram presentes militantes de todas as regiões do país e de vários estados. Também estiveram presente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST), a Frente Nacional de Lutas (FNL) e o Movimento Popular por Moradia (MPM). O ato foi menor do que os protestos anteriores contra o Bolsonaro, mas com um número maior do que esperado, devido aos esforços logísticos da organização e de pessoas que estavam na Paulista e aderiram à convocação.

Importância deste Ato Nacional

Este ato apresenta ao mesmo tempo em seu conteúdo um corte e uma retomada.

O corte é feito contra a cúpula do movimento Fora Bolsonaro que estava dirigindo os atos de rua. É um corte pois grande parte dos dirigentes de partidos, parlamentares e líderes sindicais enterraram o movimento Fora Bolsonaro após a CPI da Vacina e declararam um recesso das lutas até março.

É escandaloso que em meio ao período em que o povo brasileiro está comendo osso e lixo, que 29 milhões de pessoas ficaram sem nenhum auxílio – após o Bolsonaro implementar o Auxílio Brasil -, a esquerda entrar de férias, curtir uma praia e o carnaval para depois lutar pela população.

A retomada, não se dá pela volta às ruas, mas de retorno do movimento aos que marcharam desde o 31 de março e se negavam a adotar a política do “fique em casa” ou do “morra sem lutar” enquanto o povo estava indo trabalhar sem nenhuma garantia de vacinação e a mercê de toda atrocidade do Bolsonaro. É o retorno do movimento para as mãos dos militantes mais combativos programáticos e esclarecidos que não caíram na ilusão de deixar a luta de rua submissa a uma atividade parlamentar.

A tônica da manifestação pode ser vista pela fala de André Constantine, revolucionário, participante do Diretório Estadual do PT-RJ e militante do Movimento Nacional das Favelas.

As principais reivindicações e propostas ecoadas pelo movimento são por Lula Presidente, por reformas urbanas e agrárias, pela reestatização da Petrobrás, contra as privatizações, contra a direita nos atos, contra a PM, pelo Fora Bolsonaro e demais golpistas. Além disto, há o clamor para a auto-organização da base no que se refere a poder debater sobre os atos, para decidir suas reivindicações e quem são seus aliados.

Em retrospectiva, o grande diferencial desta etapa do movimento de esquerda é a inserção do nome e do apoio aberto ao Lula e de luta por um governo dos trabalhadores.

É importantíssimo que este movimento ganhe mais força e adesão para balizar as pressões ao governo Bolsonaro, impossibilitar qualquer ataque antidemocrático às eleições, para garantir o potencial mandato do Lula, para ditar demandas populares ao Governo Lula e caminhar ao socialismo.