.Por Susiana Drapeau.

Pela lógica do jornalismo da Folha de S. Paulo, ao questionar o documentário de Joaquim Carvalho sobre a fakeada em Jair Bolsonaro, a ficha falsa da Dilma que o jornal publicou na capa também é verdadeira.

(foto de video – reprodução)

Assim como a Polícia fez uma investigação da fakeada em Bolsonaro, a Folha também fez uma investigação antes da publicação da ficha falsa. Um jornalista apurou e investigou, um editor fez a checagem. Um editor de capa questionou. Como era um assunto importante, outros também questionaram e a ficha falsa passou por todos. Portanto, é verdadeira! O jornalismo da Folha já pode rever isso e dizer que a ficha é verdadeira.

Para a Folha de S. Paulo, a Polícia investigou a fakeada de Juiz de Fora, passou por muita gente a investigação e, portanto, ninguém pode duvidar de que a suposta facada foi um ato solitário de um sujeito, Adélio, que compartilhava algumas ideias autoritárias de Bolsonaro e frequentou o clube de tiro bolsonarista. Quem não acredita em coincidência? O sujeito vai a um clube de tiro para depois usar uma faca. Quem não vai a um clube de tiro planejando usar uma faca?

Não se pode questionar, não se pode se quer duvidar de um grupo político que dissemina dezenas de mentiras diariamente como modus operandi. Ora, então a ficha falsa da Dilma, por essa lógica, é verdadeira. Mas a própria Folha reconheceu, após 20 dias da publicação, que tinha publicado uma ficha falsa.

É por isso também que todas as acusações falsas contra Lula feitas pela Lava Jato foram tomada pela Folha de S. Paulo como verdadeiras. Passou por muita gente, investigação da Polícia, Ministério Público, TRF-4. Não há dúvida. Verdade na Folha.

Mas agora ocorreu uma reviravolta. Com todas as decisões judiciais a favor de Lula, a Folha diz que Lula é culpado. Mas não passou por todo mundo, inclusive pelo STF ? São os fardos que a Folha precisa carregar por que a ficha não cai.

Parece ser inútil se prestar a usar a estrutura jornalística para atacar o documentário de Joaquim Carvalho sobre a fakeada, mesmo porque não precisaria do documentário para se questionar a fakeada. Já havia elementos de sobra sobre um possível auto atendado. O que Joaquim Carvalho fez foi deixar escandalosamente mais evidente.

É inútil atacar o documentário porque, paradoxalmente, a única forma de realmente desacreditar qualquer um que duvide do suposto atentado, é a realização de uma CPI e uma investigação independente e profunda. Uma grande investigação para não deixar ficha sobre ficha! E desmascarar o documentário.

A verdade é que ainda não caiu a ficha falsa da Dilma na Folha de S. Paulo. E nem vai cair. Não duvidar do fascismo é a única forma de impedir o avanço de políticas com mais justiça social e igualdade. O fascismo precisa estar ali, controlado, para impedir o avanço da democracia e de política igualitárias. Essa talvez seja a única verdade. Mas só talvez!