Em entrevista ao programa Rede Carta, parceria ente a Plataforma Carta Campinas e o canal Rede Popular TV, o diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Fausto Augusto Júnior, disse que já estão surgindo cooperativas de MEIs (microempreendedores individuais) para enfrentar as dificuldades econômicas. Ele participou da entrevista junto com o professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos, André Ricardo de Souza. (veja vídeo abaixo)

André e Fausto (foto de vídeo)

Fausto Augusto lembrou que a proposta de Lei das MEIs foi uma forma de fazer algum tipo de inclusão previdenciária para aquelas pessoas que estavam informais no mercado de trabalho. Ela se transformou, porque o capitalismo sempre faz isso e as empresas estão se beneficiando disso. “Mas nós da economia solidária também precisamos nos apropriar disso….Então você pode congregar MEIs e criar cooperativas de MEIs. E a gente está vendo algumas iniciativas desse tipo com trabalhadores domésticos, com garçons, que criam redes de trabalho. Eles são MEIs, mas a distribuição do trabalho é organizado coletivamente”, afirmou.

O programa também outros aspectos da economia solidária, alternativas econômicas em tempo de pandemia e outros temas. Fausto também lembrou que primeiro mapeamento da economia solidária constatou que havia perto de 1,6 milhão de pessoas envolvidas nessas atividades entre 2005 e 2007. Já em levantamento de 2015 o número subiu para 8 milhões de pessoas. Em dez anos, multiplicou por cinco, ressaltou Fausto.

A Economia Solidária é um amplo conjunto de iniciativas coletivistas de produção, comércio, consumo, poupança e crédito, pautadas por princípios igualitários e democráticos. A Economia Solidária “abrange cooperativas -rurais e urbanas -empresas recuperadas ou em reabilitação de processos falimentares, pequenos empreendimentos associativos (pré-cooperativas), bancos comunitários e associações locais de troca de mercadorias e serviços mediante o uso de uma moeda social própria e baseia-se na retomada dos princípios do cooperativismo europeu e pioneiro do século XIX, próprios da autogestão”.