O professor de Administração e Contabilidade Pública da Unesp, Álvaro Martim Guedes, afirmou em recente entrevista que o desmonte do Estado brasileiro que está sendo promovido pelo governo Bolsonaro não é um problema que se encerrará com o fim do mandato. Martim afirma que Bolsonaro deixará o próximo presidente da República com um enorme passivo (dano ou prejuízo a ser resolvido) em diversas áreas da administração e que terá de ser consertado nos próximos governos. Para ele, o que está acontecendo é a montagem de uma bomba-relógio para o próximo ocupante do Palácio do Planalto.

Alvaro Martim Guedes (foto alesp)

“O problema maior é a bomba-relógio que está sendo fechada. Finda esse período que estamos vivendo e após um rearranjo democrático por meio de eleições presidenciais, o Brasil vai ter um grande passivo de toda natureza – social, ecológico, político e das finanças públicas – para ser resolvido. É uma situação extremamente preocupante. É uma situação de profundo caos que está sendo gestada nesse país nos últimos dois anos e meio”, afirmou Martins ao podcast da Unesp.

O professor e pesquisador também ressaltou que não só o ambiente econômico brasileiro é extremamente preocupante. “Por onde se olha essa situação, ela é de grave instabilidade. Filhos zero à esquerda, que mais de fato dirigem o pensamento e ações do presidente da República, filhos movidos por ideias no mínimo exóticas, fuga de capitais, isolamento internacional”, disse. Além disso, destacou a incapacidade do ministro de economia, Paulo Guedes, de entender a geopolítica, fazendo declarações absurdas sobre a China, sobre a origem do vírus, assim como o próprio Bolsonaro.

Para falar mais sobre essa herança que o governo Bolsonaro deixará, o professor Alvaro Martim Guedes será o próximo entrevistado da Rede Carta, parceria entre a Carta Campinas e o Rede Popular, na quarta-feira, dia 19, às 20h, com transmissão ao vivo pelo Facebook da Plataforma Carta Campinas, YouTube do Rede Popular e outros.

Martim Guedes possui graduação em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas – SP (1985), mestrado em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas – SP (1991) e doutorado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas – SP (1999). Atualmente é professor do Curso de Administração Pública da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Câmpus de Araraquara, Unesp-FCL. O professor trabalha com os temas da administração pública, contabilidade pública, controle orçamentário, administração e finanças públicas.