(imagem jessica burnett – ul)

.Por Roberto Ravagnani.

Tenho trabalhado no incentivo e apoio ao trabalho voluntário há 20 anos e acredito muito nesta causa, por isso minha insistência. Mas tenho que parar e comentar o que acontece de podre também neste setor. Não vejo em outros povos tamanha criatividade para distorcer as coisas como em nosso país.

O programa Pátria Voluntária, que infelizmente era um natimorto, não por questões técnicas, mas por questões ideológicas, começa a ruir. Por não ser um plano de Estado e sim de governo a sua adesão já era insuficiente e agora as denúncias que ainda devem ser apuradas, do uso em dois anos de R$ 9.039.000,00 em publicidade do programa e mais R$ 359.000,00 por ano, para manter o site do programa no ar, mostra que tem alguma coisa errada, visto que os resultados de engajamento voluntário por este programa são pífios e muito focado em doações de cestas básicas e recursos para OSC’s sem critérios. Temos ainda o suposto desvio, de uma doação de uma empresa ao programa de R$ 7.500.000,00, para outros fins que não o programa de voluntariado (Informações Carta Capital). Triste fim de uma esperança que existia no fim do túnel de um necessário programa nacional de voluntariado.

Outra notícia que também afeta ao trabalho voluntário foi do desvio dos cabelos doados a OSC’s que apoiam mulheres com câncer, onde os cabelos eram destinados ao comércio, inclusive internacional abastecendo a nababesca vida de uma suposta voluntária que produzia perucas.

Há relatos que existia um acordo entre as partes, que uma parcela dos cabelos seriam para que a voluntaria pudesse subsistir. Até é possível que isto aconteça, desde que exista transparência e governança nas ações, o que parece não ter acontecido neste caso.

O voluntariado no centro das atenções, infelizmente de forma negativa. As positivas aparecem e somem rapidinho da mídia, mas as repercussões negativas ficam rodando na mídia por muito tempo. O que não podemos perder de vista é que sempre(infelizmente) existirão os desvios no caminho, mas não podemos esquecer que o bem é muito superior, os bons programas, as boas pessoas, os bons voluntários, são a maioria, portanto não se distanciem das OSC’s e não as coloquem no mesmo balaio destas que até aqui nos mostram ter problemas que devem ser investigados e colocados de forma clara para a sociedade.

O bem que o trabalho voluntario desenvolve não pode ser diminuído pelos atos de alguns. Juntos somos mais fortes e venceremos esta grande batalha de colocar o trabalho voluntário no seu devido e merecido lugar. #maisempatia #servoluntario

Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista (MTB 0084753/SP), radialista (DRT 22.201), conteudista e Consultor especialista em voluntariado e responsabilidade social empresarial. Voluntário palhaço hospitalar desde 2000, fundador da ONG Canto Cidadão, da IPA Brasil e da AFINCO, Associado para o voluntariado da GIA Consultores no Chile, fundador da Aliança Palhaços Pelo Mundo, Conselheiro Diretor da Rede Filantropia, sócio da empresa de consultoria Comunidea, criador e gestor de eventos filantrópicos, porta voz pela ONU, Membro Hub One, Líder Internacional de Yoga do Riso, Conselheiro de Relações Sociais e Familiares do Instituto i. s. de desenvolvimento e sustentabilidade Humana, Diretor da rádio Tom Social, Global Friends of Volunteering (IAVE) e Associado da VRS Consult da Guatemala. www.robertoravagnani.com.br