Online – Criado em 2018, a partir de uma oficina de atuação em espaços não convencionais, oferecida pelo Grupo Redimunho de Investigação Teatral, o Ínteros Coletivo de Atores estreia o projeto INCASA. A peça entrará em cartaz em plataforma digital, em temporada de seis sessões gratuitas nos dias 9, 10 e 11, 16, 17 e 18 de abril, sempre às 20 horas. A transmissão se dará na plataforma Youtube e a peça poderá ser assistida a qualquer tempo após a publicação.

O espetáculo de criação coletiva, traz no elenco Aline Loureiro, Ana Paula Desenzi, Ariadne Lima, Barbara Rodrigues, Chrystian Roque, Edmilson Cordeiro, Guigo Ribeiro, Guto Mendonça, Meyre Nascimento, Nicole D’Fiori, Rafael Caldas, Rodrigo Cristalino, Rômulo Martins, Stefania Robustell.

(Imagem: Divulgação)

O ponto de partida da pesquisa para desenvolvimento dos personagens de INCASA foi o caso dos Irmãos Naves, acontecimento policial e jurídico ocorrido na época do Estado Novo no Brasil, em 1937, quando dois irmãos foram presos e torturados para confessar sua suposta culpa em um crime que não cometeram, um dos maiores erros judiciais da história do Brasil.

O primeiro resultado desta pesquisa originou o espetáculo Os Naves, peça que estrearia em junho de 2020 em praças nas regiões central e periférica de São Paulo, e que teve sua temporada cancelada devido à pandemia do novo coronavírus.

Para o novo espetáculo INCASA, a história dos dois irmãos serviu apenas de base para traçar um paralelo com a atualidade, questionando a confiabilidade do Poder Judiciário no país, tendo em vista as decisões judiciais que vêm sendo colocadas em xeque por juristas, intelectuais e demais atores sociais, as quais são de conhecimento público devido à ampla cobertura dada pela imprensa.

“Decidimos partir para uma experiência na qual as personagens do espetáculo ‘Os Naves’ se achariam enquadrados, em suas casas, devido ao aparecimento de um vírus altamente transmissível e mortal, para o qual não havia remédio nem vacina”, conta Barbara Rodrigues, atriz do grupo.

Como um primeiro experimento, o coletivo lançou em suas redes socias a ação digital #EMCASA, compartilhando de forma gratuita o material levantado até então, e tendo um alcance de público de mais de 10 mil novos seguidores. A partir desta experiência, desenvolvida durante 9 meses de quarentena e sem qualquer tipo de recurso, o coletivo apresenta agora o espetáculo INCASA.

O grupo, que traz no DNA o desenvolvimento de pesquisas e apresentações em espaços não convencionais, descobriu no palco digital mais uma oportunidade de amadurecimento. “Tivemos de adiar a estreia; por outro lado, tivemos a oportunidade de nos reinventarmos, fazendo da internet nosso palco.  O que seria mais ‘não convencional’ para o teatro do que um palco digital?”, pergunta Barbara Rodrigues.

“Ele nos distancia fisicamente dos nossos companheiros de grupo e do público, mas, nesse momento, tem sido a melhor forma de nos aproximar e possibilitar a continuidade dos nossos fazeres artísticos com segurança”, fala Barbara, em nome do coletivo.

Criação à distância

Em quarentena, os 13 atores do grupo partiram para um novo processo de criação à distância. O espetáculo foi gravado pelos artistas, cada em sua casa, a partir de telefones celulares e com os recursos disponíveis em seus espaços em termos de luz, figurino e cenário.

Aprofundando-se em suas personagens, foram descobertas questões que dialogavam com o momento de isolamento pelo qual o mundo inteiro passa. “O olhar dos artistas voltou-se para os desafios de administrar a convivência consigo mesmo, dentro de suas prisões particulares, enquanto uma crise sanitária, econômica, política e social eclodiu no mundo.”

Sinopse, Cenário, Figurino, Luz e Música

Depois do surgimento de um vírus mortal, as ruas da cidade são esvaziadas. Por força da lei ou medo de serem infectados, todos acabam presos em suas casas. Tal condição põe em xeque a sanidade mental de toda sociedade. Só os sobreviventes terão a chance de renascer.

O cenário é a própria casa de cada artista, que se transformará em diversos ambientes, de acordo com o contexto e a realidade em que vive cada personagem. Assim, os atores seguem com a pesquisa de atuação em espaços não convencionais (aliás, uma particularidade do coletivo) e possibilitam o acesso à arte em praticamente qualquer ambiente, conforme as características e a proposta de cada trabalho.

O figurino é elaborado com peças recicladas pelos atores. Serão valorizados a customização e o reaproveitamento de materiais. Além de tratar de uma proposta com viés sustentável, o coletivo entende que o uso de itens reaproveitados converge com a possível falta de recursos e a perda de poder de compra em um cenário de caos econômico e sanitário no qual as personagens se encontram.

A iluminação será do dia a dia da casa dos atores com adaptações para a atmosfera das cenas propostas. A ideia é justamente manter um ambiente natural, experimentando variações como a luz do sol que entra por uma janela, a luz de um abajur ou de uma vela.

A maior parte da trilha sonora é de autoria do grupo. As músicas são ora cantadas ao vivo pelos artistas, ora reproduzidas por meio de gravação. Instrumentos musicais são utilizados quando necessário.

Direção e Concepção Artística – Ínteros Coletivo de Atores. Elenco – Aline Loureiro, Ana Paula Desenzi, Ariadne Lima, Barbara Rodrigues, Chrystian Roque, Edmilson Cordeiro, Guigo Ribeiro, Guto Mendonça, Meyre Nascimento, Nicole D’Fiori, Rafael Caldas, Rodrigo Cristalino, Rômulo Martins, Stefania Robustelli. Voz-Off – Chrystian Roque. Trilha Sonora e Composição Musical – Aline Loureiro, Chrystian Roque, Rafael Caldas e Rodrigo Cristalino. Edição de Vídeo – Lucas Benoit. Designer Gráfico – Wanny Freitas. Produção Geral – Barbara Rodrigues. Assistência de Produção – Chrystian Roque. Produção Executiva – Guto Mendonça. Assessoria de Imprensa – Arteplural. Realização – Ínteros Coletivo de Atores.

Dias 09, 10, 11, 16, 17 e 18 de Abril às 20h

Youtube – Canal Ínteros Coletivo de Atores

Gratuito

(Carta Campinas com informações de divulgação)