A decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de negar a aprovação da Vacina russa Sputnik V é mais uma indicação de que há um aparelhamento político na agência. Além de demorar, protelar e adiar a decisão o máximo que pode, a decisão da Avisa impede que governadores do Nordeste comprem a vacina. Vale lembrar que a Anvisa também dificultou a aprovação da Coronavac, atualmente a principal vacina usada no Brasil. (veja links abaixo)

(imagem gerd altmann – pl)

A decisão está afinada com o governo federal que vem travando uma guerra para impedir que os governadores controlem a doença. O atual presidente tem ameaçado usar as Forças Armadas para impedir que governos estaduais mantenham o distanciamento social.

A Sputnik já foi aprovada por 61 órgãos reguladores de países em todos os continentes, como Argentina, México, Bolívia, Argélia, Angola, Bósnia, Egito, Eslováquia, Filipinas, Hungria, Índia, Líbano e outros, e o Brasil vive uma emergência sanitária sem precedentes. O imunizante teve o pedido de importação para o Brasil reprovado, nesta segunda-feira (26),  em uma reunião da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

A agência brasileira alegou que faltam dados sobre a segurança e eficácia do imunizante que foi aprovado em 62 governos. Mas pelo 5º ano consecutivo, a liberação de agrotóxicos e componentes industriais para a agricultura bateu recorde no Brasil, inclusive agrotóxicos altamente perigosos e proibidos em outros países.

Existem mais de 40 diferentes agrotóxicos proibidos dentro da Europa, mas autorizados para fabricação e exportação. A União Europeia decidiu proibi-los por evidências sobre sua relação com infertilidade, malformações de bebês, câncer, contaminação da água e toxicidade para animais, como as abelhas. Um dos aprovados no Brasil pela Anvisa é o paraquate.

Recentemente, a Anvisa criou um novo método para avaliar o risco agudo (a curto prazo) e crônico (a longo prazo) de contaminação por agrotóxicos. Para isso, a agência usou dados sobre quanto os brasileiros consomem em média de cada alimento e o peso corpóreo dos consumidores a partir de 10 anos de idade. Ou seja, a Anvisa ignora o risco para crianças de zero a 10 anos, grupo cuja saúde é ainda mais suscetível à intoxicação porque tem peso inferior ao dos adultos. Veja link.

Em 2020, 493 novos compostos químicos foram liberado pela Anvisa – 19 a mais do que em 2019. Desde o início do governo Bolsonaro já foram liberadas 967 substâncias tóxicas para a agricultura.

Dos 674 agrotóxicos registrados até junho de 2020, somente 80 (12%) são considerados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como produtos pouco perigosos ao meio ambiente. Enquanto isso, 328 (49%) estão classificados como muito perigosos, 246 (36%) como perigosos e 20 (3%) como altamente perigosos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por avaliar o nível de toxidade dos agrotóxicos, ou seja, o potencial de risco à saúde humana. A própria agência considera que 115 (17%) são extremamente tóxicos.