.Por Marcelo Mattos.

O que esperar de país onde um deputado estadual por São Paulo, Fernando Cury (Cidadania), assedia sexualmente de forma tão acintosa, canalha e sem escrúpulos a deputada Isa Penna (Psol), apalpando os seus seios, durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa do maior Estado da Federação.

(foto vídeo alesp – art)

A violência do ato de importunação sexual praticado atenta à dignidade sexual da vítima ao perpetrar criminosamente um ato libidinoso, covarde e brutal com o objetivo de satisfazer a própria lascívia.

A brutalidade desta atitude abominável e repulsiva atenta contra a liberdade sexual da mulher vitimada, nelas causando consequências maiores que as marcas físicas e psicológicas deixadas pelo agressor. A repugnância gestual do deputado violador causa indignação e alcança toda a sociedade, da mesma forma que as inúmeras mulheres que transitam nos ônibus e trens de metrô superlotados são submetidas diariamente a agressões e ameaças por homens igualmente sem escrúpulos, certos da impunidade de uma justiça supremacista e sexista. A violência de gênero é a expressão de uma sociedade regida pela ordem patriarcal, ou seja, regida pela dominância masculina.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2015) a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. Em 2019 um crime deste tipo foi registrado a cada 8 minutos com 66.123 boletins de ocorrências de estupro de vulnerável.

No primeiro ano completo de vigência da Lei nº 13.718/2018 que trata da importunação sexual registraram-se 8.068 casos. O Brasil ainda ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídio e caminha para liderar o ranking mundial da violência contra a mulher, sobretudo após a aprovação do Dec. 9695/20 que amplia e facilita a concessão de porte de armas de fogo, impactando o já inadmissível índice de feminicídio.

Vivemos num Estado de exceção, de genocídios diários, quer pela pandemia da Covid-19 que hoje alcança mais de 184 mil mortes notificadas, pela omissão de políticas sociais e de saúde, menosprezo à imunização vacinal e o escárnio criminoso de um desgoverno civil de ocupação militar deletério e inepto.