No período em que a então mulher do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), Ana Cristina Siqueira Valle, adquiriu 14 imóveis, entre 1997 e 2008, o conflito nas ruas do Rio de Janeiro matou 1.662 policiais militares.

(foto assy – pl)

Segundo reportagem da revista Época, publicada recentemente, a então esposa de Bolsonaro comprou até 5 imóveis com dinheiro vivo, aumentando o patrimônio da família dentro dos muros dos condomínios. Do lado de fora, mais de 1.600 policiais militares estavam sendo mortos no Rio de Janeiro. Enquanto os PMs cariocas combatiam o crime e morriam nas ruas, a então esposa de Bolsonaro acumulava patrimônio.

Nesse mesmo período, Bolsonaro e a família diziam defender os policiais de uma maneira estranha. Eles defendem que o Estado brasileiro estabeleça uma situação de guerra nas ruas entre policiais e criminosos, inclusive dando carta branca para que PMs sejam transformados em verdugos, assassinos do Estado. A guerra nas ruas, principalmente no Rio, tem provocado a morte de inocentes e suspeitos, mas também de policiais. É esse o modelo que os Bolsonaros dizem que é bom para os PMs que estão nas ruas.

Segundo estatísticas da própria PM, em média, um policial morreu a cada 64 horas no Rio desde 1995, somando 3.087 vítimas durante este período. A taxa de mortalidade entre 1995 e 2016, segundo a PM, é maior do que a de soldados americanos na Segunda Guerra Mundial, informou o G1.

Ate 1997, revelou a revista Época, Ana Cristina não tinha nenhum imóvel. Mas começou a ficar rica depois de se envolver afetivamente com o então deputado federal Bolsonaro. Os 14 bens adquiridos entre aquele ano e 2008, quando se separaram, somariam R$ 5,3 milhões, em valores corrigidos. Esses imóveis incluem apartamentos, casas e terrenos, apontou a reportagem. Os dois têm um filho juntos, Jair Renan. Nesse mesmo período centenas de mulheres de PMs ficaram viúvas e os filhos, órfãos.

Do lado de fora do portão dos condomínios, nos últimos 22 anos, 90 mil integrantes do efetivo da PM do Rio morreram. “Durante os três anos e meio da participação americana na guerra, 405 mil soldados americanos morreram, o equivalente a 2,52% da tropa, composta por mais de 16 milhões de soldados”, informou o Uol.

Outro que ficou rico enquanto PMs eram mortos na guerra urbana, foi Flávio Bolsonaro. Em 2002, quando eleito pela primeira vez, Flávio era dono de apenas um automóvel do modelo Gol 1.0, datado do ano anterior, no valor de R$ 25.500, informou a imprensa.

Reeleito, depois de 4 anos, em 2006, já possuía R$ 385 mil em bens e atualmente, o parlamentar é dono de um patrimônio de R$ 1,74 milhão. Nesse período, mais de 2 mil policiais foram mortos no Rio de Janeiro, dentro do modelo defendido pela família, que é a guerra nas ruas e comunidades.