Prestes a completar três meses no ar, a programação da série Dança #EmCasaComSesc, realizada pelo Sesc São Paulo, traz na próxima semana as apresentações “Dança para Esquecer o Vô”, de Fabrício Licursi, na terça-feira (22/9), e “Manifesto!!!”, de Estela Lapponi, na quinta-feira (24/9). A série mostra novos trabalhos todas as terças e quintas, às 21h30, no canal do YouTube do Sesc São Paulo e no perfil do Sesc Ao Vivo no Instagram , sempre com uma apresentação ao vivo de dança direto da casa do artista.

Fabrício Licursi (Foto: João Maria)

Com concepção, direção e interpretação de Fabrício Licursi, o solo “Dança para Esquecer o Vô”, apresentado na terça-feira (22/9), nasceu de um estudo do livro “A Água e os Sonhos”, de Gaston Bachelard (1884-1962). Com a premissa de que a água e os conteúdos dos sonhos são matéria, o bailarino coloca em movimento a anatomia do esqueleto, utilizando os arquétipos do velho e do bêbado. Estes conectaram-no à memória de um avô materno, chegando em um espetáculo repleto de lembranças, como uma colcha de retalhos. Nessa exibição on-line, em isolamento, o objetivo é refletir sobre a recuperação da memória ancestral e como esta pode reorganizar a identidade e a corporeidade no presente. Fabricio Licursi é formado em Artes Cênicas pela Universidade de Campinas (Unicamp) e sua trajetória é marcada pela pesquisa do movimento; por encontros com diretores como Francisco Medeiros (1948-2019), Cristiane Paoli Quito, Lu Favoreto e Cibele Forjaz e por poéticas com interface na dança, no teatro, na música e nas artes visuais. Classificação: 14 anos.

“Manifesto!!!”, de Estela Lapponi, será apresentado na quinta-feira (24/9). Na performance, a artista une dois trabalhos: “INTENTO 6098 – Manifesto Frágil”, do projeto Corpo Intruso, e “Pequenos Atos para sobrevivência – Manifesto do Invisível”. Durante a apresentação, Lapponi irá fazer uma instalação com a fita adesiva “frágil” cruzando todo o espaço de sua casa, como uma cama de gato. A performance de dança será seu corpo perpassando este espaço entrelaçado, assim como a própria destruição da trama de fita, um ato de resistência. Uma dança que traz o registro do corpo desse tempo pandêmico, expurgando a fragilidade humana diante de um vírus. A performer será acompanhada pelo guitarrista Lirinha Morini, que, com composições próprias, buscará trazer o contraste entre o brutal e a delicadeza. Classificação: 14 anos.

Sempre às terças e quintas-feiras, às 21h30, acontece uma apresentação de dança no formato de solos, duplas ou com mais integrantes – desde que estes já estejam dividindo o mesmo espaço neste período de quarentena -, podendo ser coreografias inéditas, criadas para este espaço digital, trechos de obras ou adaptações de trabalhos existentes, de acordo com o espaço e proposta de cada obra. As apresentações têm duração de até 40 minutos. Dentro desta linguagem, a experiência das diversas edições da Bienal Sesc de Dança, que teve sua 11ª edição realizada em setembro de 2019, possibilita a expansão da atuação digital da instituição. A programação tem como foco abranger o maior número de vertentes e movimentos da dança, em suas expressões, diversidades e poéticas de corpos, dentro das muitas áreas de pesquisa, como a clássica, urbana, contemporânea, performática e experimental.

(Carta Campinas com informações de divulgação)