Desde 2016 o Brasil contabilizou pelo menos 327 casos de violência contra representantes eleitos. Foram 125 assassinatos e atentados, 85 ameaças, 33 agressões, 59 ofensas, 21 invasões e 4 casos de prisão ou tentativa de detenção de agentes políticos. Os dados são do relatório “Violência Política e Eleitoral no Brasil – Panorama das violações de direitos humanos de 2016 a 2020”, lançado nesta segunda-feira (28) pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global.

O documento aponta que os atos violentos aumentaram nos últimos anos, especialmente após as eleições de 2018. Em 2017 foram mapeados 19 assassinatos e atentados, já em 2019 foram 32 ocorrências. Até o início do mês de setembro de 2020 já havia registro de 27 crimes dessa natureza. O aumento dos casos de ofensa também está fortemente conectado ao último pleito. Mais de 75% dos casos dessa natureza tiveram mulheres como vítimas.

“O fenômeno da ofensa ganha muita força em 2019. Mais uma vez você vê a ofensa como um veículo de violência que passa mensagem de exclusão de grupos. Se um agente político utiliza ofensas misóginas, homofóbicas ou racistas, ele passa uma mensagem para excluir da política grupos específicos”, afirma Élida Lauris, advogada e coordenadora executiva da Terra de Direitos.

O Rio de Janeiro foi o estado que registrou o maior número de assassinatos e atentados, 18 no total. Em segundo lugar na lista, estão Minas Gerais, Ceará, Maranhão e Pará, com 11 ocorrências cada.  Os registros são mais expressivos na esfera municipal. Mais de 90% das vítimas de atentados e assassinatos são vereadores, prefeitos ou vice-prefeitos (pré-candidatos, candidatos ou eleitos). (Do Brasil de Fato)