O presidente Jair Bolsonaro é alvo de nova denúncia no Tribunal Penal Internacional por crime contra humanidade e genocídio. Ele já foi denunciado no mesmo tribunal por incitar o genocídio e promover ataques sistemáticos contra os povos indígenas do Brasil, em peça elaborada pelo Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos (CADHu) e pela Comissão Arns, e, agora, trata-se de uma iniciativa de trabalhadores da saúde.

(foto alex pazuello -semcom – fp)

A ação foi idealizada pela Rede Sindical Brasileira UNISaúde, que conta com entidades filiadas representando mais de um milhão de trabalhadores da área em 18 estados brasileiros mais o Distrito Federal. Segundo a peça, há indícios de que Bolsonaro tenha cometido crime contra a humanidade na gestão frente à pandemia de covid-19.

De acordo com a denúncia, também assinada pela Internacional dos Serviços Públicos (ISP), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), ao adotar medidas que ferem os direitos humanos e desprotegem a população, Bolsonaro age com dolo e coloca em situação de risco os grupos étnicos vulneráveis, em especial.

“O governo Bolsonaro deveria ser considerado culpado por sua insensível atuação frente à pandemia e por recusar-se a proteger os trabalhadores da saúde do Brasil assim como a população brasileira, à qual ele prometeu defender quando se tornou presidente”, afirmou Marcio Monzane, secretário regional da UNI Americas, braço regional da federação internacional sindical UNI Global Union, que coordena a Rede Sindical Brasileira UNISaúde.

A denúncia lembra a atual situação do país diante da pandemia. “O Brasil está na casa dos 2 milhões de contagiados e, aproximando-se a 100 mil mortes. O setor de saúde está totalmente desassistido e estrangulado.”

“É urgente a abertura de procedimento investigatório junto a esse Tribunal Penal Internacional, para evitar que dos 210 milhões de brasileiros, uma parcela possa se salvar das consequências desastrosas dos atos irresponsáveis do senhor Presidente da República”, pontua a denúncia. (Da RBA)