Um militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foi assassinado pela Polícia Militar de Minas Gerais na madrugada nesta quinta-feira (5) em Uberlândia.

(foto mtst – div)

Daniquel Oliveira dos Santos, que tinha 41 anos, era coordenador da ocupação Fidel Castro, organizada pelo MTST há 3 anos, e cuidava da parte de infraestrutura do local. De acordo com o movimento, Santos havia subido em um poste de uma das casas para um serviço de manutenção quando foi alvejado na nuca com um disparo efetuado por um policial militar.

Já o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) de Uberlândia informou que um grupo de policiais fazia uma operação na ocupação quando avistou três indivíduos próximos a um matagal e, ao se aproximarem, teriam constatado que um deles, Daniquel, estaria armado. Os agentes, então, teriam anunciado uma abordagem e os três indivíduos teriam corrido para um matagal, sendo que Daniquel ainda teria apontado a arma para os policiais, que dispararam.

Segundo a PM, ao adentrarem o matagal, os policiais viram Daniquel caído com um ferimento na cabeça e um revolver ao lado com três cartuchos intactos. Ele foi levado ao Pronto-Socorro da Universidade Federal de Uberlândia (PS-UFU), mas não resistiu aos ferimentos.

Em nota divulgada nas redes sociais, o MTST lamentou a morte do militante e confrontou a versão da polícia, dizendo que Daniquel estava desarmado.

“Mais um caso de violência política no país. Exigimos punição aos assassinos!”, disse o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos.

Em protesto contra o assassinato de Daniquel, membros da ocupação Fidel Castro fizeram um ato em que bloquearam a BR 050. O ato foi reprimido pela PM e três pessoas teriam ficado feridas.

“É inadmissível que um trabalhador que luta pelo direito básico à moradia seja assassinado de maneira tão cruel e fria por um agente de segurança pública. O MTST expressa seu mais profundo repúdio à PM de MG e à política de criminalização da pobreza levada a cabo pelo governador Romeu Zema”, escreveu o MTST em nota. (Por Ivan Longo – Revista Forum)