No próximo dia 29 de fevereiro, sábado, às 20h30, Benji Kaplan e Rita Figueiredo vêm ao Brasil para uma série de shows em que divulgam as composições do primeiro álbum do duo “Benji & Rita”. O duo se apresenta na Rabeca Cultural, espaço localizado em Sousas.

(Foto: Érika Garrido)

As composições assinadas por ambos ganharam um tratamento refinado que reflete a aliança estética, musical e cultural entre os artistas. As canções se desdobram em ritmos tradicionais brasileiros como o samba, baião, valsa e choro.

Além de compositor e guitarrista, Benji é arranjador habilidoso e preparou formações diversificadas no álbum para enaltecer a sonoridade da parceria, com formações em quarteto de cordas, quinteto de sopros e percussões típicas da música brasileira.

Rita, por outro lado, garantiu um tom mais ‘visual’ às melodias de Benji com sua letras (além de cantora e compositora, Rita é cineasta de animação). Para cada canção, há um conto, de diferentes histórias inspiradas em diferentes tempos espaciais. As letras e o aspecto teatral no canto de Rita acrescenta mais expressividade à música imprevisível de Benji.

Em “Valsa da Metrópole”, por exemplo, enfatiza a dicotomia da beleza versus mazelas da cidade de São Paulo. “Memorial Day”, por outro lado, mira os holofotes na dor da guerra dos combatentes dos Estados Unidos.

Benji Kaplan, um americano de alma brasileira, que já tem quatro álbuns na bagagem, trata a influência da MPB de forma mais expansiva. Seu último disco, Chorando Sete Cores, alia a força rítmica e harmônica do violão a um quinteto de sopros, formando um conjunto em que cada elemento colabora para um tipo de narrativa.

Em Chorando Sete Cores, Benji faz referência à sua trajetória na cidade onde nasceu e cresceu, Nova York, unindo-a à influência da música brasileira. Por isso, títulos como “Bryant Park” e “At the Vanguard” dividem com “Canção de Ninar (Berceuse)” e “Trenzinho para Lapa” um passeio por esses diferentes polos culturais que, em comum, têm o estilo aventureiro.

Não é à toa que o compositor e arranjador investiu em uma musicalidade mais burilada, com reviravoltas rítmicas, sentidos imprevisíveis e contrastes emocionais. Filho de pai cubano com ascendência russa-judaica e mãe austríaca, Benji foi apresentado a discos de diferentes regiões do mundo, inclusive a música brasileira. Ele se recorda ainda muito pequeno dos pais colocando discos de Clara Nunes, Hermeto Pascoal, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Canhoto da Paraíba e muitos outros na vitrola de sua casa.

Benji começou a se interessar pelo violão aos 11 anos. Com 15, já tocava profissionalmente em alguns clubes nova-iorquinos. Aos 17, veio ao Brasil pela primeira vez, onde adquiriu “um entendimento espiritual dessa música no coração”. De volta aos EUA, ingressou na Universidade New School em Manhattan e, aos 20 anos, escreveu suas primeiras composições. Fez choros, baiões, standards do jazz, valsas, modinhas e outros gêneros, arriscando suas próprias letras em português. Cruzando referências musicais de Lester Young e Wes Montgomery a Guinga e Zé Kéti, desenvolveu seu próprio estilo de tocar, cantar e compor.

Antes de assimilar referências de distintas expressões regionais brasileiras em sua forma de cantar, a paulistana Rita Figueiredo ingressou nos estudos de canto lírico aos 14 anos de idade na escola EMESP Tom Jobim em São Paulo. Aos 18 anos já dividia o seu tempo em concertos eruditos, cantando areas antigas italianas e shows intimistas de música brasileira na sua cidade. Em 2011, teve a oportunidade de gravar seu primeiro disco autoral ao vencer o prêmio ProAC, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Seu talento para as artes também foi desenvolvido em sua profissão como ilustradora, animadora e videomaker.

Para a música, porém, ela preparou um aspecto teatral a fim de encaixar as diferentes histórias de diferentes personagens que compõem o universo de seu álbum de estreia, Brasilis. Brasilis foi lançado em 2013 e foi considerado um dos 12 melhores álbuns “Melhores da Música brasileira” por Ed Felix em 2013. O álbum contou com a produção de Marcelo Jeneci, Webster Santos e Milton Mori.

Com exceção de “Valsa”, do compositor paulista Romulo Fróes, todas as faixas do disco foram compostas por Rita. Suas histórias geralmente têm correlação com distintas expressões artísticas. “Vida de Porco”, por exemplo, parece uma forma mais leve de abordar A Revolução dos Bichos, de George Orwell. “Carolina de Jesus” já é mais direta: relembra a autora mineira de clássicos como Diário de Bitita e Quarto de Despejo, importante documento literário que fala sobre a realidade das favelas nos anos 1960.

Lembranças tradicionais de lugares do interior também fazem parte do espectro de interesses de Rita Figueiredo. Em “Milho, Dezembro e Reis” ela relembra a festa da Folia de Reis, com parentes e vizinhos reunidos, preparando e comendo pamonha, conversando e contando histórias. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Ficha técnica do show:
Rita Figueiredo: Voz, violão, percussão e composições
Benji Kaplan: Voz, violão, arranjos e composições
Vídeo cenário: Rita Figueiredo

Benji & Rita
Lançamento do álbum Benji & Rita
29 de fevereiro
Sábado
20h30
Preço único R$ 30,00
RABECA CULTURAL
Av. Dona Maria Franco Salgado, 250, Jd. Atibaia, Sousas, Campinas, SP.
Mais informações pelo celular 19 997206186
facebook.com/rabecacultural

Serviço de Bar da Rabeca Cultural
Aceita cartões de débito