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Regina Silveira apresenta a mostra ‘Surveillance’ ao lado de mais quatro artistas

O Subsolo – Laboratório de Arte completa dois anos de atividades e para comemorar convida a artista multimídia Regina Silveira, uma referência na arte nacional e internacional, para expor ao lado dos também artistas visuais: Del Pilar Sallum, Kika Goldstein, Genivaldo Amorim e Fabiano Carriero. A abertura das cinco mostras simultâneas será no dia 28 de janeiro (terça-feira), às 18h, na rua Proença, 1.000, em Campinas (SP).

Surveillance , obra de Regina Silveira (Foto: Estúdio Regina Silveira)

Os artistas visuais foram convidados pelo curador Andrés I. M. Hernández e o produtor executivo Danilo Garcia, que estão à frente do espaço cultural trazendo mensalmente para o público de Campinas e região uma média de três a quatro novas exposições de artistas nos últimos dois anos. Com isso, os profissionais estão cumprindo o que se propuseram ao abrir o Subsolo: fomentar a arte local e valorizar os artistas locais e regionais. 

Regina Silveira é considerada pioneira da vídeo-arte no país e apresenta no Subsolo as obras Surveillance (vídeo e serigrafia) e Nômade (serigrafia). A artista tem obras de arte espalhadas em inúmeros museus, coleções públicas e privadas do Brasil e do exterior. Como exemplo, pode-se citar que sua obra Enigma faz parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa), sem contar sua participação em várias bienais, exposições individuais e coletivas. Em 2012, Silveira recebeu o Prêmio ABCA por sua carreira e em 2013, o Prêmio Masp dentre tantos outros.

Gaúcha de nascimento, Silveira se formou em 1959 no Instituto de Artes da Universidade do Rio Grande do Sul e completou seus estudos acadêmicos com doutorado na Universidade de São Paulo (USP), tendo antes lecionado na Universidad de Puerto Rico. No Brasil deu aula na Fundação Armando Álvares  e na própria USP, na Escola de Comunicação e Artes. Em seu currículo consta ainda a formação de vários artistas da chamada “Geração 80”, como Ana Maria Tavares, Rafael França, Mônica Nador e Iran do Espírito Santo.

No início de sua carreira, Silveira estudou pintura e gravura com Iberê Carmargo, com quem estabeleceu uma longa convivência. Segundo alguns críticos de arte, a pesquisa e produção da artista repercute o contato com as obras do pintor e gravurista, como também tem inúmeros pontos relacionados ao universo duchampiano, de Marcel Duchamp, artista pertencente ao movimento dadaísta. Talvez por isso ela não se prenda a uma determinada técnica, pelo contrário, mistura diversas técnicas como a serigrafia, offset, heliografia, fotografia, litogravura, entre outras, para alcançar seu objetivo. De acordo com a própria artista, tudo que tenha relação com a reprodutibilidade interessa a ela, assim como a imagem impressa.

Del Pilar Sallum e Kika Goldstein

Com um currículo recheado por inúmeras exposições, inclusive no Canadá, Espanha, Itália e Polônia, cinco prêmios e obras em coleções nacionais e internacionais, a artista visual Pilar Del Sallum, doutora em artes visuais pela Unicamp, ocupará uma das salas do Subsolo com a mostra Mutações do silêncio. Esta exposição comporta duas fotografias da série Em Silêncio I – Apesar de tudo eu te vejo e Mesmo assim, espero;  o vídeo Até agora estou aqui … e um livro-objeto de parede da série Histórias Secretas – Sinto muito por estar quase invisível. Cada uma das obras partem de fotografias capturadas ao longo de cinco anos pela artista de si mesma, com o intuito de resgatar um pouco da metologia autorretratística.

Sallum descreve esse conjunto de obras de arte como autorrepresentações imagéticas em que o discurso é feito em primeira pessoa e revela um olhar voltado sobre si mesma, uma autobiografia visual. “E de posse desta distinta autorrepresentação, ouso hoje definir uma nova nomenclatura: autoapresentação”, define ela.

A artista visual paulistana Kika Goldstein é graduada em artes visuais pela Faculdade Santa Marcelina e traz para o Subsolo a exposição Memórias Perceptivas – Cor, Forma, Espaço. São 31 obras de arte, todas em óleo e cera de abelha em tela, em dimensões variadas dispostas em uma terceira sala. Para a artista, essa mostra é um dos desdobramentos da exposição realizada em outubro passado, em São Paulo, e que ainda seguirá com novas interferências e obras agregadas para outro espaço expositivo. Ou seja, suas memórias são infinitas, já que são compostas por sons, cores, cheiros, texturas etc.

Goldstein define sua obra como uma busca na simplificação das formas, das cores e suas relações no espaço. Utilizando a pintura, a artista segue a essência do que pode ser essa técnica para ela: tinta, formas e cores nos aspectos mais puros sobre a superfície da tela e, para isso, ela lança mão da sua memória de infância e traduz suas lembranças e a atualidade em que vive por meio das cores e formas que usa. “As formas dançam no lugar do suporte e oferecem-se ao olhar e, por vezes, vemos cores-formas querendo transgredir os limites do local da tela e alcançar a profundidade vivida”, explica.

Goldstein já participou de várias exposições internacionais coletivas realizadas em Portugal, França, Alemanha, Holanda e Mônaco. No Brasil, já expôs em São Paulo e Rio de Janeiro.

Amorim e Carriero exploram a área externa

Com seu potencial artístico premiado em seis salões de Artes Visuais no estado de São Paulo e no de Minas Gerais e com várias exposições em território nacional e no exterior desde 1995, o artista visual Genivaldo Amorim tomará parte da área externa do Subsolo para exibir sua instalação criada especialmente para esta mostra: Será que clorofila é bom para o organismo?.

A Amorim interessa estabelecer meios nos quais o seu trabalho possa se desvencilhar do chamado “mundo da arte”. “Interessa a mim camuflar meu trabalho na forma de um objeto comum, mas conservando as suas propriedades artísticas, e se atirar literalmente no “mundo real”, passando a fazer parte da vida das pessoas, sendo desgastado pelo uso, pelo contato com a matéria que o cerca, pelas intempéries, pelas experiências pelos quais passa”, expressa-se o artista. E isso poderá ser contemplado nessa sua obra.

A obra Bicho de corpo mole, mas de pele boa já deu a Amorim muita repercussão. Em 2015 foi exibida na National Art Gallery, em Windhoek, Namíbia; em 2016 no Museu de Arte Contemporânea de Jataí (Goiás); em 2017 no Museu Casa das Onze Janelas, em Belém (Pará) e no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. Em 2018 foi exposta no Museu de Arte Contemporânea de Campinas, em Campinas (São Paulo) e em 2019 no Espacio de Arte Contemporáneo, em Montevidéu (Uruguai).

Fabiano Carriero usa traços exagerados e cores fortes para desenhar seus personagens. Conhecido como muralista, desenhista, caricaturista e gravurista, ele traz para a parede do corredor do Subsolo sua obra Em nome da mãe, feita em esmalte sintético a base de água. Segundo o artista, ele compõe com elementos brasileiros sua poética, se inspirando em fatos corriqueiros e na cultura popular.

Em nome da mãe é uma homenagem a Yemanjá, que tem seu dia comemorado em 2 de fevereiro. “Todo ano faço alguma obra dedicada a esse orixá e como estaremos muito perto da data aproveito para levar essa criação que fala e pensa sobre as mulheres. Mas quero aqui também quebrar algumas tradições, como a fala dita ao fazer o sinal da cruz dizendo: em nome do pai e do filho e do espírito santo. Por que não dizer em nome da mãe?”.

Carrieiro, graduado em Artes Visuais pela PUC-Campinas, tem em sua biografia uma série de prêmios, livros infantis e participações em exposições, inclusive no Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Em Campinas, o artista tem diversas obras espalhadas em muros e paredes que são reconhecidas justamente por seu traço.

Abertura de exposiçõesSurveillance, de Regina Silveira; Mutações do silêncio, de Del Pilar Sallum; Memórias Perceptivas – Cor Forma Espaço, de Kika Goldstein; Será que clorofila é bom para o organismo?, de Genivaldo Amorim e Em nome da mãe, de Fabiano Carrieiro

Dia: 28 de janeiro de 2020 (terça-feira)

Horário: das 19h às 22h

Local: SUBSOLO – Laboratório de Arte, na Rua Proença, 1000 – Jardim Proença – Campinas (SP)

Visitação: de 29/01 a 18/02, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, com agendamento pelos telefones (11) 949-655-722 e (11) 982-590-966

Livre para todos os públicos

Entrada gratuita

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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