.Por Alexandre Padilha.

Retorno à minha coluna semanal com um fato que tomou o noticiário na última semana: um representante do governo Bolsonaro desejando a volta de um regime autoritário. O agora ex-Secretário de Cultura Roberto Alvim divulgou um vídeo sobre o Prêmio Nacional das Artes, no qual fez um discurso semelhante ao de Joseph Goebbels, ministro nazista.

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Diante de tamanha barbaridade, entrei com representação na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal e solicitei o enquadramento do ex-Secretário para responsabilidade criminal de apologia ao nazismo, pedi a revisão das nomeações autorizadas por Alvim enquanto Secretário e a revogação imediata do Prêmio Nacional de Cultura, baseado nos conceitos éticos e estéticos sobre a cultura.

Contra o discurso de ódio e evocação ao nazismo, a Procuradoria acatou meu pedido e obtivemos uma vitória importante contra o obscurantismo do governo Bolsonaro e de seus apoiadores, que defendem regimes autoritários.

A cultura brasileira é diversa e plural, com histórico de produções premiadas. Não há espaço para apologia a regimes que censurem nossa arte.

O pedido vai agora para análise da Procuradoria da República do Distrito Federal e vamos continuar contendo o avanço do nazismo e de qualquer ato racista, machista ou homofóbico em nosso país.

*Alexandre Padilha é médico, professor universitário e deputado federal pelo PT-SP. Foi Ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde no governo Dilma Rousseff. Foi Secretário da Saúde na gestão de Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo