A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) colocou em órbita o FloripaSat-1, primeiro satélite construído pela universidade pública da região sul.
O satélite foi lançado ao espaço na madrugada desta sexta-feira, dia 20 de dezembro, às 0h21min (horário de Brasília), a partir do Centro de Lançamento de Taiyuan (TSLC), na China, pelo foguete Longa Marcha-4, junto com o CBERS-4A (satélite sino-brasileiro de recursos terrestres).
Até chegar a esta etapa decisiva, o projeto foi desenvolvido por cinco anos e coordenado pelo professor Eduardo Augusto Bezerra, do Departamento de Engenharia Elétrica, que foi para a China para acompanhar o lançamento.
Um dos pesquisadores envolvidos, o doutorando em Engenharia Mecânica Edemar Morsch Filho, afirmou que o lançamento foi um sucesso. “Por volta das 10h30min da manhã desta sexta, o satélite passou próximo a Santa Catarina, oportunidade em que o grupo dos desenvolvedores e diversos radioamadores da região estavam prontos para estabelecer comunicação.
“Ao longo dos próximos dias haverá novas janelas de comunicação para captar ainda mais sinais e validar todos os sistemas desenvolvidos pelos alunos”, destacou Edemar.
Desenvolvido por alunos de graduação, mestrado e doutorado dos cursos de Engenharia Elétrica, Automação e Mecânica, o FloripaSat-1 é um cubeSat de pesquisa tecnológica construído em parceria com o programa Uniespaço da Agência Espacial Brasileira (AEB). No último mês de outubro, membros do SpaceLab estiveram no Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) para testes com o satélite.
Um cubeSat é um tipo de satélite miniaturizado (nanossatélite), medindo múltiplas unidades cúbicas de 10cm (formato 1U) e pesando não mais do que 1,33 kg por unidade. O projeto tem vida útil estimada em dois anos e apresenta como principal objetivo “envolver estudantes em uma missão espacial completa, desenvolvendo todos os módulos de um nanossatélite e sua própria estação terrestre de comunicação”.
O propósito do grupo é ter o domínio da tecnologia de construção de um satélite, em vez de comprar as peças prontas e trabalhar somente na montagem. Agora, com o lançamento, os cientistas poderão conhecer o comportamento do dispositivo em seu real ambiente de funcionamento. O intuito é que a tecnologia desenvolvida possa servir de base para a construção de futuros satélites brasileiros para as mais diversas aplicações. “Desta forma, a ciência brasileira poderia se aprimorar tanto na utilização de satélites de monitoramento, quanto na construção de seus próprios equipamentos”, disse Edemar.
Além da pesquisa e do desenvolvimento de tecnologia para a área espacial, o projeto possui ainda, entre suas finalidades, o fortalecimento do estado de Santa Catarina como um polo na área espacial, visando atrair objetos inovadores e de grande complexidade e estimular investimentos públicos e privados. (Informações de Maykon Oliveira/Jornalista da Agecom/UFSC)