O sexto ponto da análise de Renato Souza, que estudou o programa Future-se para participar de um debate no próprio MEC (Ministério da Educação), mostra como o programa tem o DNA do próprio governo Bolsonaro (PSL). É um projeto autoritário e que, se imposto sobre a sociedade, será a extinção da universidade pública brasileira
.Por Renato Souza.
E o Future-se é um projeto autoritário
O Projeto foi construído sem qualquer participação daqueles que mais conhecem o assunto e mais serão afetados por ele.
Apesar do Projeto do Future-se estar sendo debatido pelas universidades e da Minuta ter sido disponibilizada pelo MEC, o Governo não abriu diálogo nem com as universidades propriamente ditas, nem com as entidades representativas da comunidade das IFEs e do meio científico (ANDIFES, ANDES, PROIFES, UNE, SBPC, etc.), ignorando todas as demandas, discussões e projetos históricos que estas entidades, com a autoridade de suas representações e o peso de sua história, construíram através do tempo.
O MEC preferiu receber sugestões apenas via internet, e de pessoas físicas individualmente, de modo que, apesar das discussões que transcorrem atualmente no âmbito das IFEs e das entidades representativas serem ricas e profundas, cada pessoa que quiser terá de opinar sobre ele individualmente.
Assim sendo, além de fragmentar a participação evitando um debate mais estruturado, ele faz equivaler a opinião de qualquer cidadão, por mais que sequer tenha pisado em uma universidade algum dia, com a daquelas pessoas e entidades que dedicam a vida às instituições acadêmicas, e que tem conhecimento de causa e responsabilidades com elas em função dos cargos que ocupam.
Esta é uma manobra diversionista feita para simular uma participação democrática que na realidade não há, e assim tentar construir a legitimidade para um projeto que, na verdade, tem um DNA autoritário e que pode representar a extinção das universidades públicas brasileiras. (Do GGN)
Veja os outros pontos da análise do Future-se: