Um novo depoimento, acompanhado de prova documental, indica que houve fraude eleitoral na campanha presidencial de Jair Bolsonaro (PSL) no caso do esquema dos laranjas que envolve o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, também do PSL. O caso aconteceu no estado de Minas Gerais.
O dinheiro destinado à participação das mulheres como candidatas, uma obrigação legal, teria sido desviado para abastecer as campanhas de Bolsonaro e Álvaro Antônio. A revelação foi divulgada por reportagem da Folha de S.Paulo, neste domingo, 6.
Em depoimento, Haissander Souza de Paula, assessor parlamentar de Álvaro Antônio à época e coordenador de sua campanha a deputado federal no Vale do Rio Doce (MG), disse à PF que “acha que parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”.
Além do depoimento, há também uma planilha, nomeada como “MarceloAlvaro.xlsx”, com referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão “out”, o que significa, na compreensão de investigadores, pagamento “por fora”.
Reportagens publicadas desde o início de fevereiro relatavam a existência de um esquema de desvio de verbas públicas de campanha do PSL em 2018, que destinou para fins diversos recursos que, por lei, deveriam ser aplicados em candidaturas femininas do partido.
Não foi só em Minas Gerais que aconteceram os desvios. Maria de Lourdes Paixão, concorreu a deputada federal em Pernambuco e teve apenas 274 votos. Mas ela foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país recebendo R$ 400 mil em dinheiro público para a campanha. Esse caso também está sendo investigado.
O ministro foi indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais na última sexta (4) sob acusação dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa —com pena de cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente. Ele nega irregularidades. Veja reportagem completa na FSP.