.Por Eduardo de Paula Barreto.

Era sexta-feira
E Bolsonaro saiu que nem
Um mendigo para a gafieira
Disfarçado de cidadão de bem
Dançou a noite todinha
Tomando caipirinha
Até ficar bêbado
Então pendurou a conta
E saiu de cabeça tonta
E passos trôpegos.
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Já no Palácio com familiares
Não quis tomar banho frio
Disse que captava dos ares
Inspirações para o Brasil
Então se sentindo um arauto
Enviado do alto
Para salvar a Nação
Conduzido pela embriaguez
Baixou de uma só vez
Mil decretos sem noção.
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Liberou armas nas pistas
E removeu os pardais
Para que os motoristas
Pudessem abusar ainda mais
E até a falta de cadeirinhas
Para as miúdas criancinhas
Não seria motivo para multa
Se uma criança fosse lançada
Para fora na estrada
Os pais só sofreriam culpa.
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Também liberou geral
O exercício da covardia
Como método oficial
De controle das minorias
Que deveriam ser caladas
E como escravas sujeitadas
Às regras do conservadorismo
E quis até trocar a Constituição
Pela Bíblia que o Capelão
Empregava no catecismo.
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Foram tantos os decretos
Nocivos à população
Que os membros do Congresso
Tiveram que tomar posição
Para curar a ressaca
Que nem com reza brava
Abandonava o Jair Kit Man
E num gesto de misericórdia
Acabaram com a mixórdia
Aplicando o impeachment.

(foto couleur pl)