O agrotóxico conhecido como 2,4-D está destruindo a produção de uva e de vinho no Rio Grande do Sul. A safra de uvas caiu de 80 toneladas para apenas 10 após a contaminação em apenas um dos vinhedos da região. O veneno também afetou a produção de maçã, azeitona e erva mate, segundo reportagem de Liana Melo, no site Projeto Colabora.

(foto ryan oconnell ilustrativa – cc)

Segundo Oscar Ló, presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a vitivinicultura gaúcha perdeu R$ 100 milhões na safra passada.

“Incontrolável e imprevisível, devido a soma e combinação de fatores como vento e umidade do ar, o 2,4-D voa longe, muito longe. O herbicida pode percorrer até 20km de distância. Os primeiros sintomas da contaminação foram detectados no município de Jaguari, justamente onde está o parreiral de Chequim (Vitinicultor Jeferson Cherquim Guerra). Lá se vão sete anos. Pulverizado na lavoura de soja para controlar erva daninha, o 2,4-D, por ser volátil, evapora, e sai contaminando a vizinhança. A deriva do 2,4-D chegou a Bagé, Candiota, Dom Pedrito e Santana do Livramento, entre outros municípios”, anota a reportagem.

Pequenos vinhedos e grandes vinícolas foram atingidos, inclusive a vinícola da marca Almadén, do grupo Miolo, e os espumantes da Chandon.

Ainda segundo a reportagem, 53 amostras foram colhidas pela Secretaria Estadual da Agricultura do Rio Grande do Sul no ano passado e 90% deram resultado positivo para o 2,4-D. A maior perda, 60%, foi nas uvas brancas, como a Chardonnay, das quais se fazem os vinhos espumantes. Nas uvas escuras, que produzem o vinho tinto, o prejuízo foi de 40%.

A situação levou a uma disputa judicial entre setores do agronegócio. Veja vídeo abaixo sobre os problemas causados.

Veja reportagem integral no projeto Colabora neste link.